Tratar da Saúde

Não é todos os dias que um Deputado da Nação se desloca ao Concelho em ofício e preocupados com o estado das coisas por cá. Quando assim acontece cabe aos autóctones tentar ser hospitaleiros.
No dia 27 o Deputado Moisés Ferreira do Bloco de Esquerda, vice-presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, portanto mais atento a estas questões, quis saber qual o estado do Serviço Nacional de Saúde no Concelho de Nelas e eu tentei ajuda-lo, mais à sua comitiva, a perceber um pouco melhor o que se passa. Outros, que vêm o território como uma espécie de coutada particular fosse, que exercem o poder de forma provinciana e que dessa forma o diminuem, acham de todo anormal que alguém possa faze-lo sem a “autorização” ou “pagamento de portagem” que julgam ser necessária ou serem credores, ainda presos numa espécie de idade das trevas medieval, muito pouco saudável.
Deslocámo-nos à USF Estrela do Dão e a UCC (a cargo da Misericórdia  – em Nelas, às extensões de Saúde de Carvalhal Redondo e Santar e ainda a USCP de Canas de Senhorim, acompanhados pelos responsáveis do ACES Viseu Dão Lafões, Dr. Luís Botelho e Dr. Lino Ministro.
Foi notório que os principais problemas se prendem com a escassez de recursos humanos ,quer médicos, quer de enfermagem ou até administrativos, com médicos com cadernos de 1900 utentes, totalmente preenchidos, o que leva, face às solicitações de uma população cada vez mais envelhecida e carente de cuidados primários de saúde, a consultas de diagnóstico de pouco mais de 10 minutos e a um stress e sobrecarga de trabalho em todos estes trabalhadores.

Ainda no que diz respeito aos trabalhadores confirmou-se que tem sido a Câmara Municipal de Nelas a destacar funcionários administrativos para Carvalhal Redondo e Santar, ali “colocados” de forma precária através de Contratos de Emprego e Inserção. Uma situação inadmissível já que parece ser desejo de todos a manutenção daqueles espaços para melhor servir as populações. Se assim é é preciso criar condições para que possa haver estabilidade laboral em quem presta ali serviço há mais de cinco anos.

Foram igualmente identificadas falhas graves nas extensões de saúde de Carvalhal Redondo e Santar, sem gabinete de enfermagem, e anotadas queixas de utentes que dizem não compreender o porquê daqueles serviços apenas disponibilizarem serviços quatro horas por semana e, com isso, serem obrigados a deslocarem-se, sem necessidade, a Canas de Senhorim ou a Nelas, em situações perfeitamente atendíveis naquelas extensões. Esta situação poderá estar relacionada com a falta de recursos de transporte identificados pelo Sr. Director da ACES e foi defendido ao interveniente que isso poderá ser ultrapassado complementando o reforço do número de horas em que estes serviços estão abertos com eventuais protocolos com as Associações de Bombeiros para facilitar transportes entre unidades.

O Sr. Deputado comprometeu-se a levar todas estas questões ao Ministro da tutela e ao Parlamento. 

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