Nobel da Hipocrisia e da Mentira

Ainda ontem escrevia que “o tipo que é especialista em pegar no que é de todos e tratar de o vender como se fosse seu” para me referir a alguém sobejamente conhecido e não é que hoje tenho de voltar à temática dos roubos e de pegar no que é dos outros e tratá-lo como se nosso fosse.

Alertado por um passarinho menos susceptível a náuseas, que me impediram, dado o conteúdo, de ler com a devida atenção o texto, chegamos à conclusão que a recente "carta aberta de Luís Pinheiro", não passa de um roubo descarado a um texto que José Saramago fez referindo-se a Barack Obama. 

A comparação entre um taberneiro de bar de alternadeiras de estrada e o antigo Presidente dos EUA é anedótica e remete para o primeiro a autoria do crime - pois é notória a sua megalomania, mas fica para o segundo a autoria, devidamente assinada.

Plagiar é feio sr. “professor”. É roubar. Mostrar o dos outros como se fosse nosso diz muito do carácter de quem o faz, revela que faz da mentira um modo de vida e que assim  procede em tudo.

Já foi isso que sempre fez com a Luta de Canas por melhor distribuição de recursos e pela restauração do Concelho: tomou-a como sua e desbaratou-a para fazer dinheiro para si. Pobres dos que lhe seguiram as pegadas até agora. Os sinais são tantos e tão evidentes há tanto tempo que surpresas só para os desatentos.

Em seguida ficam os textos e comparem para verem ao que os presidentes de Câmara e Junta de Canas, e seu séquito de apoiantes, anda. A Fundação José Saramago que os processe, que quiser.

Terça-feira, 20 de Janeiro de 2009
Obama
A Martin Luther King mataram-no. Quarenta mil polícias velam em Washington para que
hoje não suceda o mesmo a Barack Obama. Não sucederá, digo, como se na minha mão estivesse o poder de esconjurar as piores desgraças. Seria como matar duas vezes o mesmo sonho. Talvez todos sejamos crentes desta nova fé política que irrompeu em Estados Unidos como um tsunami benévolo que tudo vai levar adiante separando o trigo do joio e a palha do grão, talvez afinal continuemos a acreditar em milagres, em algo que venha de fora para salvar-nos no último instante, entre outras coisas, desse outro tsunami que está arrasando o mundo. Camus dizia que se alguém quisesse ser reconhecido bastar-lhe-ia dizer quem é. Não sou tão optimista, pois, em minha opinião, a maior dificuldade está precisamente na indagação de quem somos, nos modos e nos meios para o alcançar. Porém, fosse por simples casualidade, fosse de caso pensado, Obama, nos seus múltiplos discursos e entrevistas, disse tanto de si mesmo, com tanta convicção e aparente sinceridade, que a todos já nos parece conhecê-lo intimamente e desde sempre. O presidente dos Estados Unidos que hoje toma posse resolverá ou intentará resolver os tremendos problemas que o estão esperando, talvez acerte, talvez não, e algo nas suas insuficiências, que certamente terá, vamos ter de lhe perdoar, porque errar é próprio do homem como por experiência tivemos de aprender à nossa custa. O que não lhe perdoaríamos jamais é que viesse a negar, deturpar ou falsear uma só das palavras que tenha pronunciado ou escrito. Poderá não conseguir levar a paz ao Médio Oriente, por exemplo, mas não lhe permitiremos que cubra o fracasso, se tal se der, com um discurso enganoso. Sabemos tudo de discursos enganosos, senhor presidente, veja lá no que se mete.

Terça-feira, 20 de Janeiro de 2009
Donde?
Donde saiu este homem? Não peço que me digam onde nasceu, quem foram os seus pais, que estudos fez, que projecto de vida desenhou para si e para a sua família. Tudo isso mais ou menos o sabemos, tenho aí a sua autobiografia, livro sério e sincero, além de inteligentemente escrito. Quando pergunto donde saiu Barack Obama estou a manifestar a minha perplexidade por este tempo que vivemos, cínico, desesperançado, sombrio, terrível em mil dos seus aspectos, ter gerado uma pessoa (é um homem, podia ser uma mulher) que levanta a voz para falar de valores, de responsabilidade pessoal e colectiva, de respeito pelo trabalho, também pela memória daqueles que nos antecederam na vida. Estes conceitos que alguma vez foram o cimento da melhor convivência humana sofreram por muito tempo o desprezo dos poderosos, esses mesmos que, a partir de hoje (tenham-no por certo), vão vestir à pressa o novo figurino e clamar em todos os tons: “Eu também, eu também.” Barack Obama, no seu discurso, deu-nos razões (as razões) para que não nos deixemos enganar. O mundo pode ser melhor do que isto a que parecemos ter sido condenados. No fundo, o que Obama nos veio dizer é que outro mundo é possível. Muitos de nós já o vinhamos dizendo há muito. Talvez a ocasião seja boa para que tentemos pôr-nos de acordo sobre o modo e a maneira. Para começar.


Carta Aberta: 
Caros conterrâneos:
Camus dizia que se alguém quisesse ser reconhecido bastar-lhe-ia dizer quem é. Não sou tão otimista, pois, em minha opinião, a maior dificuldade está precisamente na inadaptação de quem somos, nos modos e nos meios para o alcançar.
Porém, fosse por simples casualidade, fosse de caso pensado, Borges da Silva, nas suas múltiplas funções como Presidente da Câmara Municipal de Nelas, disse tanto de si mesmo, com tanta convicção e sinceridade, que a todos já nos parece conhecê-lo intimamente e desde sempre.
Inesperadamente, é esse mesmo homem que decide, agora, nomear o Presidente da Junta de Freguesia de Canas de Senhorim como seu chefe de gabinete, sabendo ele quem eu sou e o que essa decisão poderá ser incompreendida por alguns dos seus.
Seja como for, trata-se definitivamente de um homem com a coragem necessária para resolver ou intentar resolver muitos dos novos problemas que nos estão esperando, nomeadamente na área da Educação. Talvez acerte, talvez não, e algo nas suas insuficiências, que certamente terá,  vamos ter de lhe perdoar, porque errar é próprio do homem como tivemos de aprender à nossa própria custa. O que não lhe perdoaríamos jamais é que não tentasse tudo para resolver esses mesmos problemas.
Eu, Luis Pinheiro, em nome desse desafio e desse imensa coragem humana deste homem, mais que aceitar a acumulação destas novas responsabilidades, estendo assim a minha total colaboração a essa voz que se levanta para nos falar de valores, de responsabilidade pessoal e coletiva e de respeito pelos munícipes em geral, que exprimiram a sua vontade, esmagadoramente expressa nas últimas eleições autárquicas. Estes conceitos que alguma vez foram o cimento da melhor convivência humana sofreram por muito tempo o desprezo de algumas mentalidades, infelizmente, instaladas nos corredores dos vários poderes instalados. Talvez, eu próprio possa ser incompreendido por alguns, até posso não conseguir os objetivos, agora confiados, mas não permitirei que se cubra o fracasso, se tal se der, com um discurso enganoso. Sei no que me meto e, também, ao que vou, pois sei que continuarei ao serviço de quem mais precisa – o Povo!
Borges da Silva, com a sua surpreendente e corajosa decisão, deu-nos razões (as razões) para que não nos deixemos enganar. O mundo em que vivemos pode ser melhor do que isto a que parecemos condenados. No fundo, o que Borges da Silva nos veio dizer é que outro mundo é possível. Muitos de nós já o vínhamos dizendo há muito. Talvez a ocasião seja para que tentemos pôr-nos de acordo sobre o modo e a maneira. Para prosseguirmos. Para evoluirmos.

____

SARAMAGO
Camus dizia que se alguém quisesse ser reconhecido bastar-lhe-ia dizer quem é. Não sou tão optimista, pois, em minha opinião, a maior dificuldade está precisamente na indagação de quem somos, nos modos e nos meios para o alcançar. 

Luís
Camus dizia que se alguém quisesse ser reconhecido bastar-lhe-ia dizer quem é. Não sou tão otimista, pois, em minha opinião, a maior dificuldade está precisamente na inadaptação de quem somos, nos modos e nos meios para o alcançar.

SARAMAGO
Porém, fosse por simples casualidade, fosse de caso pensado, Obama, nos seus múltiplos discursos e entrevistas, disse tanto de si mesmo, com tanta convicção e aparente sinceridade, que a todos já nos parece conhecê-lo intimamente e desde sempre. 

Luís
Porém, fosse por simples casualidade, fosse de caso pensado, Borges da Silva, nas suas múltiplas funções como Presidente da Câmara Municipal de Nelas, disse tanto de si mesmo, com tanta convicção e sinceridade, que a todos já nos parece conhecê-lo intimamente e desde sempre.

SARAMAGO
O presidente dos Estados Unidos que hoje toma posse resolverá ou intentará resolver os tremendos problemas que o estão esperando, talvez acerte, talvez não, e algo nas suas insuficiências, que certamente terá, vamos ter de lhe perdoar, porque errar é próprio do homem como por experiência tivemos de aprender à nossa custa. O que não lhe perdoaríamos jamais é que viesse a negar, deturpar ou falsear uma só das palavras que tenha pronunciado ou escrito. 

Luís
Seja como for, trata-se definitivamente de um homem com a coragem necessária para resolver ou intentar resolver muitos dos novos problemas que nos estão esperando, nomeadamente na área da Educação. Talvez acerte, talvez não, e algo nas suas insuficiências, que certamente terá,  vamos ter de lhe perdoar, porque errar é próprio do homem como tivemos de aprender à nossa própria custa. O que não lhe perdoaríamos jamais é que não tentasse tudo para resolver esses mesmos problemas.

SARAMAGO 
ter gerado uma pessoa (é um homem, podia ser uma mulher) que levanta a voz para falar de valores, de responsabilidade pessoal e colectiva, de respeito pelo trabalho, também pela memória daqueles que nos antecederam na vida. Estes conceitos que alguma vez foram o cimento da melhor convivência humana sofreram por muito tempo o desprezo dos poderosos, esses mesmos que, a partir de hoje (tenham-no por certo), vão vestir à pressa o novo figurino e clamar em todos os tons: “Eu também, eu também.” 

Luís 
Eu, Luis Pinheiro, em nome desse desafio e desse imensa coragem humana deste homem, mais que aceitar a acumulação destas novas responsabilidades, estendo assim a minha total colaboração a essa voz que se levanta para nos falar de valores, de responsabilidade pessoal e coletiva e de respeito pelos munícipes em geral, que exprimiram a sua vontade, esmagadoramente expressa nas últimas eleições autárquicas. Estes conceitos que alguma vez foram o cimento da melhor convivência humana sofreram por muito tempo o desprezo de algumas mentalidades, infelizmente, instaladas nos corredores dos vários poderes instalados.

SARAMAGO
Poderá não conseguir levar a paz ao Médio Oriente, por exemplo, mas não lhe permitiremos que cubra o fracasso, se tal se der, com um discurso enganoso. 

Luís 
Talvez, eu próprio possa ser incompreendido por alguns, até posso não conseguir os objetivos, agora confiados, mas não permitirei que se cubra o fracasso, se tal se der, com um discurso enganoso. Sei no que me meto e, também, ao que vou, pois sei que continuarei ao serviço de quem mais precisa – o Povo!


SARAMAGO
Barack Obama, no seu discurso, deu-nos razões (as razões) para que não nos deixemos enganar. O mundo pode ser melhor do que isto a que parecemos ter sido condenados. No fundo, o que Obama nos veio dizer é que outro mundo é possível. Muitos de nós já o vinhamos dizendo há muito. Talvez a ocasião seja boa para que tentemos pôr-nos de acordo sobre o modo e a maneira. Para começar.

Luís 
Borges da Silva, com a sua surpreendente e corajosa decisão, deu-nos razões (as razões) para que não nos deixemos enganar. O mundo em que vivemos pode ser melhor do que isto a que parecemos condenados. No fundo, o que Borges da Silva nos veio dizer é que outro mundo é possível. Muitos de nós já o vínhamos dizendo há muito. Talvez a ocasião seja para que tentemos pôr-nos de acordo sobre o modo e a maneira. Para prosseguirmos. Para evoluirmos.

Bookmark the permalink. RSS feed for this post.

Leave a Reply

Com tecnologia do Blogger.

Procura

Swedish Greys - a WordPress theme from Nordic Themepark. Converted by LiteThemes.com.