Archive for setembro 2019

Dá-lhes bolos, que “eles são tolos”

O presidente da Câmara Municipal de Nelas, esta semana, em mais um acto elucidativo de como exerce o poder e como (pouco) considera as suas populações, publicou parte de um relatório da Inspecção Geral de Finanças que, fruto de denuncias de anteriores vereadores, nos quais me incluo, efectuou uma auditoria às contas e gestão da Câmara. 
 
Borges da Silva diz que “IGF confirma que CM compriu....”. Só não diz que também diz que Borges da Silva cometeu ilegalidades e que, fossemos nós um país sério, pagaria pessoalmente pelas opções que tomou. Isto pese embora tenha sido alertado para não o fazer - pelos vereadores e pela, à altura, responsável financeira e administrativa da Autarquia. 
 
Atente-se neste pequeno excerto do parecer.

Rapidamente o que se passou foi: o presidente antecipou contabilisticamente fundos que entrariam efectivamente nos cofres da Câmara à medida que a ETAR III fosse sendo construída, fazendo um passe de magia negra e dizendo ao sistema que os mesmos já tinham entrado, e servindo-se dessas “disponibilidades” (virtuais) para lançar outros procedimentos concursais para gastar dinheiro. Dinheiro que como já vimos não existia, que era mera magica contabilística, e que portanto teve, como se viu mais tarde, de entrar fruto de empréstimos que foram entretanto pedidos. Dívidas para despesas correntes da treta que mais não servem do que para alimentar clientelas e o próprio apetite do autarca e que todos iremos, mais tarde ou mais cedo, pagar bem pagas. 
 
Claro que com estas manobras ilegais o que ficou para trás foi a obra, que já devia, de acordo com o calendário apresentado, estar há muito terminada. 
 
Borges da Silva foi por diversas vezes alertado e desmascarado em reuniões de Câmara por mim e por outros. Do alto da sua sapiência borrifou-se para todos como é seu hábito e, agora, a IGF vem efectivamente declarar que as ilegalidades e os chico-espertísmos são aquilo que se deve fazer - não cumprir a lei e enganar tudo e todos é, pelos vistos legitimo porque, embora se confirme a ilegalidade, ela fica sem sanção. Foi inclusivamente recusado pela responsável financeira que não podia fazer tal coisa mas optou por pagar uma gorda avença a uma empresa para lhe escrever o contrario, aquilo que a IGF diz ser ilegal. Borges da silva opta por manter a avença, paga por todos nós, a quem o aconselha a fazer ilegalidades e destitui o funcionário que o informa que o não pode fazer. E o que acontece? É a empresa sancionada, impedida de funcionar, investigada? Nada, zero, tudo na mesma. 
 
O mais engraçado é que o que impede o autarca de pagar pela ilegalidade que comprovadamente cometeu é uma lei aprovada posteriormente às ilegalidades. Depois o problema é se o apanharem sem cinto de segurança.

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