Archive for abril 2017

Águas Pouco Transparentes

Na reunião de Câmara de 12 de Abril de 2017, confrontei o presidente com a seguinte notícia:

Como se pode ver, a acreditar na peça jornalística, a Borgstena foi "multada em 125 mil euros pela Agência Portuguesa do Ambiente" por descargas na Ribeira da Pantanha.

Segundo o presidente da Câmara de Nelas estes factos remetem-nos para 2012, antes de a Câmara ter autorizado a empresa a descarregar num "colector público" que, sem qualquer tratamento, descarrega na ribeira mártir. Estes factos remetem-nos para um tempo em que o advogado da empresa era - adivinhem lá quem. Na notícia o presidente da CMN afirma que "em fevereiro de 2013 demos autorização à Borgstena para lançar efluentes na rede pública, logo somos nós os responsáveis...". Nós, é o Município e, portanto, todos nós.

Face às parcas declarações da empresa que, efectivamente passou o problema para o domínio público - vá-se lá saber com ajuda de quem, "envia as descargas para um colector do município", face à "recusa da sua responsabilidade" - corroborada pelo presidente da Câmara, e como a CMN, APA e/ou SEPNA, ainda não divulgaram outras fontes de poluição significativas, decidi perguntar ao presidente o seguinte:
  1. Se considera plausível que venha a ser a CMN a pagar a coima agora aplicada pela APA à Borgstena, caso o tribunal dê razão à empresa?
  2. Se tinha conhecimento de qual o advogado que interpôs recurso em nome da Borgstena.
Como respostas tive uma espécie de não à pergunta 1, pois, segundo Borges da Silva, os factos são relativos a 2012. Como resposta à pergunta 2 foi-me dito que o causídico seria o sócio (?) (ou ocupa o mesmo espaço físico) da esposa do presidente da Câmara. A resposta a esta pergunta foi acompanhada de uma manifestação de indignação e de alguns impropérios. Aparentemente a estranheza que eu e alguns vereadores vislumbram nesta aparente falta de transparência não é acompanhada por que deu a resposta. Haverá algum dos leitores que ache estranho este tipo de "coisas"?

É que depois das inovadoras acções que o presidente da Câmara de Nelas colocou à própria Câmara (que perdeu todas), Borges da Silva prepara-se para inovar mais uma vez: desta feita, na prática, é o escritório no qual a sua esposa labora, no qual ele laborou, que coloca a Câmara da qual é presidente em Tribunal. Qual será o desfecho desejado pelo presidente da Câmara?

Comentários

Parvos?

Já todos, os que andamos atentos, demos conta da tendência que o actual presidente da Câmara de Nelas tem de fazer dos outros parvos. São muitas as evidências onde isso acontece, umas mais claras do que outras. 

Pela sua insignificância, a que agora apresentarei, revela a forma mentirosa e mesquinha de actuar de Borges da Silva.

No passado dia 14 de Março, depois de verificar que os clubes desportivos se podiam candidatar ao PRID (Programa de Reabilitação de Instalações Desportivas) do Instituto de Desporto - e de depois de fazer alguns contactos para averiguar da possibilidade de as candidaturas chegarem a bom termo - liguei ao Sr. Presidente do GDR para saber se estariam interessados em que a Câmara de Nelas apoiasse o Clube numa candidatura com vista a regeneração dos seus balneários e outras áreas. A CM de Nelas tinha anteriormente debatido apoios para que esses espaços fossem requalificados e, com este programa, teríamos todos a certeza do avanço das obras ainda por cima com custos menos significativos para a autarquia de Nelas e para o Clube.

Posteriormente a esta chamada enviei (como se pode ver na imagem seguinte) mail ao presidente da Câmara Municipal de Nelas para agendar o assunto. Dei conhecimento a Paulo Jesus, presidente do GDR e a todos os vereadores.


O assunto foi debatido hoje e foi aprovado por unanimidade o apoio técnico da Câmara na elaboração da candidatura. Tudo a correr bem, certo?

Mas o que mais fez o presidente da Câmara? Vejam a seguinte imagem e deliciem-se com a pequenez:


Nos documentos anexos ao ponto aparece um oficio do GDR de Canas de Senhorim, datado de 13 de Março (dia anterior ao meu e-mail), que só deu entrada na Câmara a 23 de Março (entregue em mão - ver canto inferior direito), com um despacho do presidente da Câmara de 14 de Março, a despachar para ele próprio, anterior a ele ter entrado na autarquia (ver centro superior do documento) e com uma entrada formal apenas a 24 de Março (ver canto superior direito). Baralhado? Não é para menos. 

Vamos descomplicar. Borges da Silva, com receio que alguém para alem dele possa contribuir para o desenvolvimento e ajuda às instituições do concelho, deve ter ligado ao presidente do GDR, coagindo-o e obrigando-o a forjar um pedido com data anterior ao meu e-mail, coisa que Paulo Jesus fez (e que alternativa teria ele?) no dia 22 ou 23 de Março, dia em que o foi entregar pessoalmente no Município de Nelas. Borges da Silva, desatento (ele com datas é um bocado mau, como se viu com o despacho que me exonerou) fez um despacho a 23 ou 24 de Março com data de 14 do mesmo mês. Isto tudo para poder afirmar que agendou o assunto mas o Desportivo até já o tinha pedido porque ele próprio os tinha alertado. Isto tem um nome: doença e falta de respeito por tudo e todos.

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