Archive for 2021

Decência Democrática

As autárquicas foram no transacto 26 de Setembro e, na União dos Concelhos de Canas de Senhorim e Nelas, muitos foram os que ficaram surpreendidos com a derrota da candidatura que ostentava na lapela o símbolo do Partido Socialista. O maior surpreendido deve ter sido o “socialista”, para o qual a democracia é um jogo que se joga em 12 horas de 4 em 4 anos. Ele que, meses antes, já andava a cantar vitória em diversos fóruns. “Perder eleições é a segunda melhor coisa em democracia, porque é sinal que se concorre”, gracejava na hora da derrota o indivíduo que não respeitava decisões da Câmara a que presidia, como se não precisássemos de respeitar e praticar a democracia todos os dias, ouvindo as opiniões dos cidadãos que a isso estão disponíveis. Já perto das eleições era notório o seu desespero e, a dimensão da sua derrota, sua e de quem insistiu agora e há 4 anos em apoiá-lo, não deixa margem para dúvidas. 

A dimensão do desastre do que foram os seus mandatos só agora será conhecido (se alguma vez o será em toda a sua plenitude), que a propaganda não é a realidade. Já em 2017, após 4 anos de exercício presidencial e antes da reeleição, eram mais do que notórias as evidências de uma gestão atabalhoada, os tiques ditatoriais e a má educação intolerável, que deveria levar a qualquer cidadão, com ou sem responsabilidades, a descartar o apoio a tal personagem. 

É especialmente elucidativa da forma de governo que se instituiu em Nelas o que aconteceu logo após às eleições e à derrota do PS, uma governação que aparentemente e  nos bastidores, parecia proceder à transferência desbragada de influência, entre o público e o privado, muitas vezes alegadamente através de um determinado escritório de advogados.

No dia 27, um dia depois, uma advogada, em nome de uma empresa para a qual aparentemente trabalha(va), fez reunir 33 trabalhadores da Covercar, para lhe anunciar que estavam despedidos. Um dia depois das eleições. Certamente que foi uma coincidência e não assistimos a uma deliberada mistura de interesses que deturpa e entorse a democracia. Situação semelhante acontece agora com outra empresa, esta bem mais importante e que está a ser afectada pela crise dos semicondutores, e com a qual o tal escritório já teve(?) uma relação profissional muito próxima, onde agora estão a despedir colaboradores, alguns com 20 anos de dedicação. Este timming, logo após o acto eleitoral, será certamente uma mera coincidência, pensamos todos. Não é?

Este tipo de situações deviam fazer-nos pensar na forma como toleramos as formas de gerir a coisa pública e o risco que pode constituir colocar o que é de todos ao serviço de poucos. Estas coincidências deveriam fazer disparar alarmes e acções para fiscalizar ilegalidades claras que por aí se comentem, que minam o regime e a democracia e que deveriam merecer fiscalização e sanção irrepreensível. Ou colocar uma Câmara a comprar a massa falida de uma empresa do qual o presidente é credor, ou intervir, enquanto presidente, em procedimento administrativo que potencia ganhos imobiliários de 50 mil euros em apenas 4 horas, não serão motivo suficiente?

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Surpresa? ZERO

Hoje no Observador

Infelizmente zero surpresa. Felizmente houve a penalização, para já, devida. 




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A Força que nos Une? O Povo é quem mais Ordena.

Recentemente grandes cartazes garantiam-nos que a força que nos unia, a nós meros cidadãos era a “confiança” e a “esperança”, adjectivos que, para mim (e pelos vistos para a maioria) só faziam sentido para descrever a união dos integrantes das referidas listas. Maioritariamente só os candidatos teriam confiança e esperança em serem eleitos. Olhando para muitas das acções de campanha, nomeadamente para o “grande comício de encerramento” que o PS(?) deu na Escola de Nelas, até é provável que nem neste universo a confiança e a esperança fossem sentimentos que se manifestassem, pois nem estes se deslocaram ao referido evento.

Zeca Afonso postulava que “o Povo é quem mais ordena” e, o povo, ordenou o que se impunha, contra os ditames de meia dúzia de avocadores, que devem achar que a democracia (seja ela a interna ou a externa aos partidos) é um mero artificio para usarem a seu bel-prazer – As listas do OS foram impecavelmente dizimadas no processo eleitoral.

Borges da Silva, mal tomou posse como presidente da Câmara, demonstrou ao que vinha e manifestou que os valores da democracia, legalidade, educação, eram meros artifícios para atirar à cara de outros pois, a ele, imbuído das vestes de presidente, tudo lhe era permitido, ultrapassando todos os limites. Com ele, pouco tempo bastou para manifestar que as regras (legais, de educação, democráticas, etc.) eram coisas importantes, mas só para aplicar aos outros cidadãos, eleitos ou não.


Para quem com ele foi eleito em 2013, todos os seis vereadores, tudo isto foi clarinho com água, tais as tropelias, má educação, prepotência, manifestada dentro e fora das reuniões de Câmara. Não foi por acaso que dos seis vereadores eleitos (3 do PS, 2 do PSD e 1 do CDS) só uma se manteve, impávida e serena, ao lado dele. Lá saberá quais são os valores e as suas prioridades. Todos os outros, sem excepção, lhe retiraram as competências e o acusaram publicamente de não cumprir os mínimos da decência, tentando que a dignidade e a legalidade voltassem a um órgão que sendo o mais representativo do Concelho se impõe que seja digno. Naturalmente, fruto de um desinteresse geral dos cidadãos no dia-a-dia da política, foi mais ou menos fácil para Borges da Silva vitimizar-se e enganar (novamente) o partido e os cidadãos. 

O PS, logo em 2017, manifestou que Borges da Silva não devia ser candidato. Logo em 2017 foram feitas pelo menos duas reuniões de militantes onde, na presença de Borges da Silva, foi explicado a todos os militantes que compareceram (e numa reunião o então presidente até levou uma claque intimidatória de não militantes), bem mais de 50, as razões porque não devia o partido recandidatar Borges da Silva. A maioria da Comissão Política Concelhia deliberou (em voto secreto em urna) não recandidatar o então presidente. Uma parte do partido, legitimamente, optou por ignorar as razões cabalmente explicadas. O processo foi avocado pela distrital e nacional e Borges da Silva foi reeleito. 

Releeito que foi, pouco tempo bastou para, mais uma vez, Borges da Silva demonstrar do que era feito e, os que lhe tinham dado o benefício da dúvida, untados por promessas pessoais e outras, rapidamente viram que tinham sido enganados. 

Não é, portanto, propriamente surpreendente que nesta autárquicas o PS tenha perdido as eleições. Mais uma vez a concelhia do PS, constituída por outros militantes, disse que não o queria e mais uma vez foi desautorizada pela distrital e nacional. Mais uma vez Borges da Silva mostrou toda a sua prepotência e incapacidade de ser humilde e de se colocar, genuinamente, ao lado dos que tem de servir. Surpreendentemente foi, para mim, a expressão da sua derrota. Uma resposta que o povo deu a quem durante oito anos demonstrou que julga que não é o povo que ordena, mas ele próprio. Pois teve a única resposta que tal atitude merece. Resposta que foi endossada a todos os que escolheram ficar ao lado de um poder podre e mal-educado. 

É geralmente atribuída a Lincoln, embora isso pouco interesse, a frase (em inglês naturalmente): “podeis enganar toda a gente durante pouco tempo; podeis enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar sempre toda a gente”. Para Borges da Silva a balança do engano, seu único modo de agir, desequilibrou-se ao fim de oito anos. Felizmente para o Concelho e para o seu povo agora na Câmara está uma nova equipa, com um presidente bem-educado, desprendido, sem vícios e ligações obscuras, características que podemos atribuir a outros elementos. O mesmo será válido para a maioria das juntas de freguesia, com Canas de Senhorim à cabeça, onde foi possível enterrar um anacronismo hipócrita que, pegando num sentimento legítimo e de amor ingénuo, o transformou num instrumento de poder pessoal que fez definhar aquela que foi durante décadas a localidade mais importante e pujante do Concelho. 

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Circo da Água

Há já bastante tempo que diversas pessoas, entre as quais me incluo, têm alertado para o sério risco de um aumento do preço da "água" depois das próximas eleições. Será que esse risco existe mesmo? E, se sim, qual serão as razões para tal acontecer?

A água é um bem essencial e, para que corra nas torneiras com qualidade, é preciso efectuar investimentos, pagar a pessoas, materiais, etc., e é por isso preciso reflectir o custo nos consumidores finais. Dito isto, há várias formas de cobrar a “água” a quem a consome e tentar equilibrar os custos porque, como todos sabemos, ela é um bem essencial e não pertence propriamente a ninguém sendo, portanto, de todos. 

Quando nos cobram a "água" estão genericamente a cobrar três serviços: a água, propriamente dita, o saneamento (o tratamento dos esgotos para depois rejeição em condições no meio hídrico) e a recolha e tratamento do lixo. 

Para equilibrar contas, racionalizar consumos, protegendo quem não gasta muito e para que ninguém, independentemente dos seus recursos económicos possa ser privado destes bens essenciais, costuma-se organizar os valores cobrados aos consumidores por escalões. Quem consome menos, paga menos por m3. Quem gasta mais, paga mais por m3. Organizam-se então vários escalões (por exemplo quem consome de 1-10 m3 por mês paga um valor, abaixo do preço que custa tratar e distribuir a água, quem consome 10-30 m3, paga um pouco mais, etc.. e quem consome muito, por exemplo 500 mpor dia, paga um valor elevado, maior que o custo, para promover a eficiência ambiental, a poupança dos recursos hídricos e para tornar o sistema sustentável. No caso de Nelas o que temos, para clientes domésticos e outros é o que as imagens documentam.


Estes tarifários são construídos, com os escalões que podem ver, tendo em conta as vendas anuais de água a cada cliente. Agora imaginem que, para beneficiar grandes clientes, daqueles que consomem muita, muita, muita, mas mesmo muita água todos os dias, se arranja uma habilidade e se começa a vender “água não tratada”, proveniente dos aquíferos do Concelho, da Longra, do Areal, por exemplo, e se vendesse essa água a 3 cêntimos o m3. Isso vai criar um desequilíbrio óbvio e os custos do tratamento e distribuição da água vão ser muito superiores ao que a Câmara cobra por essa mesma água. Basicamente tiramos do sistema os clientes que mais pagam, protegendo os que mais têm, onerando todos os outros. Além disto, isto também irá criar um esgotamento dos aquíferos, menos água para todos os outros, poços esgotados especialmente a quem mais perto está. Algo similar acontece com os custos do saneamento, que está directamente relacionada com o consumo de água (não há contadores de esgotos instalados nas habitações).

Ao coeficiente entre o que gastamos com a "água" e o que recebemos, podemos chamar Grau de Recuperação de Custos. Se o que gastamos é igual ao que recebemos temos o valor 1 (100%). Se gastamos mais do que recebemos esse valor é menor que 1 e, no caso contrário, será maior que 1. 

A situação no Concelho de Nelas, segundo a ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos) é particularmente desequilibrada. Para o ano de 2019, último ano com dados disponíveis, o grau de recuperação de custos é de apenas 45%, ou seja, a CMN gasta mais do dobro a comprar e distribuir água, do que aquilo que cobra a quem a vende. Para o saneamento a grau é ainda mais baixa, 42%. Existe pois já um desequilíbrio que, em princípio, fará aumentar o custo da “água”. 

Ora por aqui podemos ver qual será a tendência quanto ao custo da "água" num futuro próximo. Mas há mais um “detalhe” que poderá agravar muito mais tudo isto. A CMN, nos últimos anos e fruto dos fundos comunitários disponíveis, praticamente oferecidos às CM, candidatou-se e viu aprovados um conjunto significativo de projectos, cuja a eficiência confirmaremos no futuro, mas que a avaliar pela “Grande ETAR de Nelas” que ainda antes de inaugurada já tinha problemas de construção (e parece que a população de Beijós também não a acha grande obra), poderemos ter no futuro problemas. Estes projectos que, no Ciclo Urbano da Água, representam em oito anos um investimento de quase 7 milhões de euros e uma comparticipação de 5,7 milhões de fundos comunitários, como se pode ver na tabela seguinte retirada do site do Portugal2020.

Tanto investimento são boas notícias, certo? Pois depende. Depende da forma como gastamos o dinheiro, quem são os verdadeiros beneficiários das obras feitas e depende igualmente se honramos os compromissos que assinamos quando vamos buscar o dinheirinho. 

E que compromissos vêm a ser esses? Nestes programas os beneficiários ou cumprem ou comprometem-se a ter um grau de recuperação de custos de 0,8 a 0,9, ou 80 a 90%. Não cumprindo as operações passam a não elegíveis e o dinheirinho pode ter de ser devolvido. Portanto ou a “água” pode subir e muito (falta saber se para todos ou, novamente só para alguns (veja o parágrafo do tarifário lá atrás)), ou há o risco de terem de entrar de repente uns milhões de euros nos cofres da CMN para devolver. Ora há por aí empresas como as Águas de Qualquer Coisa, que estão sempre prontas para juntar mais concelhos ao seu portefólio e depois poder praticar preços tipo os que se praticam no Carregal do Sal. É até uma estratégia mais ou menos velada dos governos, homogeneizar estas questões, fazer na "água" o que acontece na energia eléctrica. Houve até quem já tentasse privatizar a água, como sabemos.

Talvez seja por isso que, este ano, pela primeira vez, a CMN contratou por 5.000€ uma empresa, com a justificação de “ausência de recursos próprios” para fazer algo que todos os anos os seus funcionários faziam – o reporte à ERSAR dos dados relativos à “água” e que determina também o tal cumprimento deste e de outros parâmetros. 

Mas que tudo isto sejam apenas uma possibilidade que não se verifique. Será melhor para todos, naturalmente. Não digam é que não foram avisados. 

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Prudência

Recentemente foi anunciado um investimento de 53 milhões de euros numa nova empresa na Zona Industrial de Nelas. Ao que parece a empresa irá transformar plástico em combustível. Algo “inovador a nível europeu”, uma das primeiras empresas na Europa a testar esta solução. Tudo isto foi anunciado com pompa e circunstância, com fundos comunitários às toneladas e o que é costume nestas ocasiões. Tudo apresentado como um tremendo trunfo eleitoral, como é óbvio. 

Mas a empresa, que já mudou de denominação e de sede em apenas três meses de existência – começou por ter sede num escritório de advogados com relações privilegiadas com o presidente de Câmara, para depois a mudar para um lote da ZI de Nelas, onde adquiriu terreno a 50 cêntimos o metro quadrado, bem abaixo do preço do mercado (há quem lhe chame dumping e diga que é uma prática também ilegal). Esta empresa serviu antes para mais um golpe de teatro, tendo sido posto a circular que se iria instalar nos terrenos da ex-CPFE (aqueles que em 2017 foram perentoriamente “vendidos” à CM de Nelas, só que nunca o foram) mas, grande problema, afinal aquilo está tudo contaminado e “teve de ir para Nelas”. 

Façamos de conta que tudo isto aqui já relatado não é suficientemente grave para, num país que preza a decência e a legalidade, ser investigado à bruta pelas entidades competentes e fixemo-nos na outra parte do problema, o que há-de vir, que pode muito bem ser (a repetir-se o padrão mais comum) em prejuízo de todos para lucro de alguns. É anunciado que uma empresa que investirá 53 milhões de euros (vamos dar de barato que é esse o valor), portanto de grande dimensão, se vai instalar numa zona industrial a poucas centenas de metros do centro urbano de Nelas e de outras povoações e onde trabalham diariamente muitos trabalhadores e o que sabemos sobre a empresa é exactamente o quê? O que é que nos foi transmitido, nós que vivemos aqui, sobre:
  • O processo produtivo;
  • As quantidades de matérias primas;
  • Os produtos rejeitados líquidos e gasoso;
  • O armazenamento;
  • O transporte;
  • Os riscos associados;
  • Os resultados da avaliação de impacto ambiental;
  • Onde é que se pode consultar a dita avaliação;
  • Quando é que foi feita a consulta pública relativa ao processo de licenciamento que, cálculo eu, uma empresa com um volume de investimento como o anunciado deveria ter. 
Alguém tem resposta para alguma destas questões? É que eu procurei e não vi (admito que possa existir). Pode a população do Concelho aceitar de ânimo leve qualquer investimento (ainda por cima um “inovador” e “pioneiro na Europa”, que nos devia levar a questionar, por prudência, a razão de ser feito aqui e com suspeitas de podem existir interesses financeiros atrás aduzidos) que surja sem ter conhecimento cabal do que realmente se pretende produzir? Podemos ficar-nos com a esperança e a confiança de que tudo irá correr bem, como fizemos na pandemia com o #vaificartudobem e depois, olha, paciência? E se assim não for (e esperemos que tudo seja uma maravilha)? É que, ainda por cima, isto parece ser um “projecto de interesse nacional”, um PIN, como foi, por exemplo o FreePort em Alcochete.


Era por isso desejável que mais informações fossem dadas a todos, que fossem cumpridos os preceitos legais de avaliação ambiental antes das certezas da instalação, para que o direito de todos e a saúde publica e o ambiente do Concelho sejam respeitados e para a que a confiança de todos nas instituições não se degrade para ser pasto para oportunistas. E, já agora, trata com a mesma celeridade e prontidão com que se colocam máquinas a sinalizar novas vias e rotundas, da requalificação ambiental dos Fornos Elétricos, um risco para a saúde pública do outro Concelho da União dos Concelhos de Canas de Senhorim e Nelas. Ou não basta a Urgeiriça para nos ensinar que estes problemas, reais ou potenciais, podem ter impactos sérios, como doenças e morte de concidadãos, daqui a uns anos?

Mas que tudo corra pelo melhor. 


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Areia para os Passeios e ainda para os Olhos

Faltam uns míseros 20 dias para as próximas eleições e, em Canas de Senhorim (e na Lapa por exemplo), arranca-se cimento de passeios para colocar nova cobertura. Apostaria que o que se prepara para lá colocar é pavê. 

O planeamento da Câmara e da Junta é de assinalar, ao guardarem para esta altura tão "estruturante" obra. Feliz da localidade cujo aquilo que faz falta é repavimentar passeios.

Para estes autarcas em Canas, com tantos locais sem passeios, com passeios miseráveis, uns de cimento, outros de cerâmica, outros de calçada portuguesa (muito poucos e muito antigos), o que faz falta são umas obras de última hora, para dar visibilidade e poder ostentar no peito uma espécie de medalha de cartolina. Quase que podemos pensar que estão pouco confiantes na vitória e, portanto, toca a mostrar um trabalhito de última hora a ver se a coisa se compõe. :)


Mas, voltando aos passeios em causa, podiam as autarquias tratar de os alargar, de os tornar transitáveis (para não termos o que temos até à Estação que está fechada) e não meros adereços cheios de postes, pensarem numa reorganização do transito, integrar estas obras nas da Área de Reabilitação Urbana prometida, colocar mobiliário urbano de qualidade, bancos, sinalização, plantar árvores que possam no futuro alindar e dar sombra ao espaço urbano (na Lapa colocaram árvores, mas em Canas não há necessidade), e, para pavimentar os ditos passeios, faze-lo com o mesmo material que usam na sede do Concelho - cubo de granito, muito mais nobre do que o barato e pouco elegante pavê (que daqui a uns dias estará em míseras condições já que foi colocado à pressa). Com tantos fundos comunitários anunciados, tanto gabarito bolsado na sua obtenção de certeza que os há para isso e para muito muito muito mais. 

Continuemos a exigir o mínimo e depois espantemo-nos que Canas e as suas localidades não são mais do que uma sombra do que foram no passado. No fundo somos aquilo que escolhemos ser. 

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Mais Uma Empresa para a Ribeirinha?

A zona industrial da Ribeirinha sempre foi um parente muito pobre dos espaços industriais do Concelho e só recentemente, em 2015/2016, com oposição do secretário/presidente da Junta de Canas, foi possível dota-la das condições mínimas para servir um ou dois teimosos empresários que insistiram em instalar ali as suas empresas, pese embora o aliciamento constante para que se instalassem na freguesia de Nelas ou da de Senhorim. 

Hoje a Câmara de Nelas, naquela página oficial que deveria abster-se de fazer propaganda mas que essencialmente serve para isso mesmo, garantia que a empresa Epione lda, de transformação de canábis em produtos medicinais, se irá instalar na ZI da Ribeirinha a breve prazo ("obras já se iniciaram") e que criará 40 postos de trabalho.  Que seja verdade!

Mas quem anuncia isto é exactamente a mesma equipa que em 2017 garantia peremptoriamente que a CPFE estava comprada e até fez notícia com direito a fotografia de empresário do Carregal do Sal que se iria instalar logo naquele espaço. Passados quatro anos, nem a CPFE está comprada, nem descontaminada (sendo provavel que esteja a por em causa a saúde pública), nem o tal empresário alguma vez teve a intenção de ali se instalar. 

Na mesma página em 2018 (23 de Outubro), num processo que já vinha desde 2016, o mesmo artífice anunciava que na Zona Industrial da Ribeirinha se iria instalar e começar a laborar, num prazo de seis meses, a empresa Nelmec, com direito a protocolo entre a CMN e a Junta de Freguesia de Canas de Senhorim (vá-se lá saber porque razão já que as competências da Junta são nulas nesta matéria. Alguém alguma vez viu protocolos com a Junta de Nelas para instalar empresas em Nelas?). Curiosamente o link que consta da publicação do Facebook (que pode ser complicado de encontrar sem recorrer à "darkweb" e ao Raul) e que daria acesso à notícia na página do Municipio retorna o que a última imagem documenta, um nada.

Também na Ribeirinha se instalou empresa do ramo automóvel que na boca do autarca, anteriormente advogado da empresa, ia ser um exemplo, uma empresa que criaria centenas de postos de trabalho, onde ministros, deputados e outros signatários se deslocaram e, passados 3 anos, mudou-se para Marrocos depois de ter beneficiado de apoios de Estado e Comunitários. Alguém, com ou ligações ou não à empresa, terá lucrado bastante com isto.

Esperemos então que este último episódio não seja mais um do elevado role de mentiras e inverdade que mais não são do que engodo para os eleitores deslumbrados comprarem. 

Siga a marinha que isto vai continuar a meter água e água é e vai ser muito cara.



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As Prioridades

Nos últimos dias esperei, ingénuo que sou, que a Junta de Freguesia de Canas de Senhorim fizesse mais um comunicado, ao jeito dos dois anteriores, um anónimo e outro em nome do MRCCS, lamentando o facto de a Câmara de Nelas, no seu "face", considerasse o gentílico Canense como um insulto. Obviamente nada saiu. Só há motivação e recursos para insultar caneses, o que foi feito nos tais dois comunicados. No fundo há coerência assinalável que vai ao ponto em que o presidente da câmara goza com a indignação natural de quem acha que Canense não pode ser, em qualquer circunstância, um insulto.

Mas foquemo-nos noutro assunto. Ontem, a CM de Nelas, e os candidatos do PS anunciavam com pompa e circunstância que tinha sido aprovada uma candidatura de 85 mil euros para requalificar o Mercado de Canas de Senhorim. Agora, em cima das eleições, ao estilo de quem mete uma placa nos terrenos dos Fornos Eléctricos a dizer "vendido à CM de Nelas". 

Várias questões se levantam neste anúncio (e vamos esquecer que pode, mais uma vez, não passar de uma grande mentira):

  1. Porque razão o Mercado de Canas de Senhorim, que funciona ao contrário do de Nelas que recebe uns eventos artificialmente criados para o ocupar, vai ser requalificado com 68.256€ e o de Nelas, segundo a CM, receberá mais de 525 mil €? Além do manifesto desprezo e descriminação notórios relativamente a todas as freguesias que não a de Nelas, qual a razão objectiva de uma requalificação de um mercado inexistente ir custar 8x mais que um que funciona e precisa de ser requalificado? Porque razão a Junta de Freguesia se contenta com esta discriminação e até elogia este estado de coisas em vez de o denunciar?

  2. Outra questão e a mais que provável aldrabice que aqui está a ser gizada. Basta ver o "parecer prévio" informa que o valor aprovado são menos de 69 mil € e não 85 mil.

E depois temos a avaliação que devia ser feita de onde vai ser gasto o dinheiro que é de todos. Ainda ontem a CM anuncia que vamos gastar 445 mil € em mupis de publicidade. São 13, o que dá a bela soma de mais de 34 mil euros + IVA por cada uma destas estruturas. 


Duas destas estruturas  custarão mais que a remodelação do Mercado de Canas de Senhorim. Devemos ficar contentes com a forma como os fundos comunitários são aplicados no Concelho? Não creio. 

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Ode às Origens - #JeSuisCanense

Hoje de manhã dei com um excerto de um despacho de arquivamento de um processo judicial no mural do "Face" do Manuel Henriques. O excerto era o seguinte:


Trata-se de uma deliberação de arquivamento de uma queixa feita por Manuel Marques sobre o bloqueio de utilizadores e remoção de comentários na pagina do "Face" do Município de Nelas. A Procuradoria de Viseu, pelos vistos, não encontrou evidências de que isso acontece.

O presidente da Câmara, ao estilo de quem vai a 200 km/h na auto-estrada, diz que nunca deu conta e desculpa-se com o "motorista". O "motorista" em causa, seguramente bem instruído, entre outras pérolas, assegura que o Facebook da Câmara Municipal de Nelas tem filtros automáticos que impedem os cidadãos de publicar comentários quando contenham "palavras ofensivas". Parece-me uma óptima decisão, como é obvio. Não queremos palavras insultuosas no nosso perfil e muito menos no da Câmara de Nelas. O perfil do "Face" da Câmara de Nelas não tem de ser como as suas reuniões onde o presidente insulta tudo e todos, chama "burros", "asnos", "porcos", entre outros mimos, a vários vereadores. 

Mas quais são as palavras "insultuosas" que existem no tal filtro automático e que obrigam cidadãos a expressar a sua opinião "educadamente"? Segundo o responsável são:
  • Mentiroso;
  • Aldrabão;
  • Energúmeno (serão os três principais adjectivos que os internautas do "Face" chamam ao presidente da Câmara?);
  • Índio e......
  • Canense 
Isso mesmo, Canense. Na Câmara de Nelas, Canense é considerado um insulto

Esperam-se agora, nesta altura tão profusa a tal, pelos comunicados do presidente da Câmara, do Presidente da Junta, do Movimento, etc. para nos explicar hipocritamente que  "são tão de Canas como de Nelas" e que este lapso freudiano afinal não o é.

Exige-se um pedido de desculpas público claro e objectivo do presidente da Câmara rapidamente, como se exige que a Junta de Canas de Senhorim o exija rapidamente. Essa exigência já devia estar feita e publicada no "Face", no site da JFCS (e um pedido para publicação ao Nelas Obscura). Mas, como nestes sítios são mais propensos a publicar textos onde insultam cidadãos da Freguesia, talvez até estejam de acordo com as políticas do "Face" do Município de Nelas e contentes com esta explicação. 

Ter orgulho nas suas origens, desejar o que consideramos o melhor para ela, é algo que devia ser valorizado, especialmente por autarquias e outros órgãos políticos que vivem da participação cidadã. Essa valorização só pode trazer benefícios ao colectivo. Neste Concelho já todos sabemos que assim não é, aqui o centralismo doentio é lei, mas o grau de desconsideração, de insulto, é tenebroso. Este pequeno detalhe demonstra de forma simples o grau. Naturalmente que a culpa é do "motorista". 

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2 de Agosto não devia ser o Dia da Hipocrisia



Ontem ao início da tarde o “MRCCS” (aquele que se candidata pelo PS) emitiu mais um triste comunicado, não assinado, o segundo em menos de uma semana. Tinham passado uns 30 minutos e decidiu, face aos muitos comentários no “Face”, que o deviam apagar. Fez bem! Era mais uma escorrência de bílis contra os Canenses que teimam em pensar pela sua cabeça e encarar as cada vez maiores contradições e incoerências do discurso e dos actos destes cidadãos e que têm a veleidade de ser livres. Algo notório há muitos anos, mas que tem vindo a aumentar *exponencialmente nos últimos tempos.

Assim reza o dito:

 

COMUNICADO 2 DE AGOSTO DE 2021

Mais uma vez, devido à situação de pandemia que estamos a atravessar, não será possível realizar a nossa tradicional Festa de Comemoração do 2 de Agosto nos moldes a que sempre nos habituámos. Não haverá o tradicional convívio e comunicação, haverá sim um carro de som com música no Largo 2 de Agosto.

Portanto pode haver aglomeração de pessoas, à volta dum carro de som, mas não pode haver um discurso sobre a situação política e permitir a outros que o façam (mas permitir mesmo não é dize-lo e ter tudo controlado para que não aconteça)? A vergonha lá acabou por chegar. Ainda bem.

No entanto, devemos continuar a respeitar a nossa história, aprendendo com ela a perpetuar os nossos valores, dos quais nos orgulhamos, ficando esta comemoração na memória de cada um.

Desde quando a hipocrisia que têm praticado deve ser um motivo de orgulho? A história que têm construído não passa de um atestado de hipocrisia a vós próprios e um desrespeito ao que devia ser a luta pelo desenvolvimento da Freguesia.

Nas comemorações do ano de 2020, como viram, um grupo, que poderia tê-lo feito em conjunto connosco, achou-se no direito de comemorar o 2 de agosto, tentando desrespeitar a nossa Luta e o nosso Movimento que sempre organizou e festejou em conjunto com o Povo, esta data.

Poderia? Mas se a festa é popular, do Povo, o Povo, agrupado, não pode fazer a festa sem que 2 ou 3 achem que são donos dela? É preciso uma autorização dos "donos"? O Povo, parte dele, fez o que muito bem entendeu e fez muito bem.

Decidiu-se que  O Movimento não deveria concorrer a estas eleições, dando lugar aos Partidos e Coligações que entendam por bem fazê-lo. Acontece que o PSD, sem qualquer diálogo com o seu anterior parceiro de coligação em Canas, decidiu, unilateralmente, que este Partido seria o “dono” do Movimento e que todos teríamos o dever de apoiar sem questionar.

“Decidiu-se”?! Mas afinal o Movimento já não é o Povo? Quem é que afinal decide unilateralmente pelo Povo? Anos a fios sem podermos votar e agora decide-se assim, renomear o MRCCS em PS (quando no passado o PSD era renomeado MRCCS). Se calhar foi pela acção do “líder” que decide em nome do Povo e sem o consultar, que o PSD se achava “dono” do Movimento. Não nos enganemos - o “dono”, o “líder” do MRCCS, deste MRCCS, é há muitos muitos anos apenas uma pessoa, com uns coadjuvantes.

No entanto, com algum ruído, nada se ouve sobre a educação, a saúde, a perda de eleitores, a pouca instalação de empresas e pessoas, a falta de planos de urbanização, o iminente fecho de Instituições, a falta de investimento camarário e a grande discrepância entre a sede do concelho e a nossa freguesia, onde nem sequer existe uma Casa da Cultura ou algo semelhante.

Não é ternurento ver os nossos eleitos, aqueles que têm a obrigação de nos defender, de levantar as questões nos sítios certos, queixarem-se que “nada se ouve sobre educação, perda de eleitores, saúde, pouca instalação de empresas, etc.”? Faltam às Assembleias Municipais, delegam a representação em quem não o pode fazer legalmente, e lá não abrem a boca para defender a Freguesia e Canas de Senhorim. Parece que só sabem fazer barulho para para atacar Canenses, é assim há anos e anos. Para defender o que que agora dizem que “não se ouve”, não são capazes. Queixam-se de eles próprio. Estão há 25 anos na Junta, é natural que já não ouçam. Veja-se o site da Freguesia, onde este comunicado está publicado, mas nada sobre os problemas de Canas que dizem existir.

Estes são os graves e grandes desafios que temos de enfrentar todos os dias e, embora, as ervas/limpeza e algumas falhas do género que são da responsabilidade da Câmara, sejam importantes, continuam longe do essencial. Salienta-se o contrato que existe para uma parte da limpeza, entre a Câmara, a Junta e a Firma Ecomadeiras, que tudo têm feito para colmatar este problema numa Freguesia com grande área de limpeza, tornando esta tarefa quase impossível.

As Juntas receberam uma delegação de competências (julgo que em 2015) da Câmara Municipal e tal delegação de competências foi votada em Assembleia Municipal (e aprovada pelo Presidente da Junta de Canas). Será que não a leram?  Afinal não só não ouvem como também já não vêem bem. Se calhar convém irem às Assembleias Municipais e falar, dizerem isto, que a Freguesia é grande, que é impossível, ao invés de apoiarem quem torna a tarefa impossível. Consultem as actas das ditas e verão que, da nossa Freguesia a única coisa que se ouve é o silêncio. 

No entanto, estas situações devem, sem problemas, serem defendidas e discutidas.

Por tudo isto, e muito mais, independentemente da vontade e boa intenção de cada concorrente, devemos lutar para manter o que temos, e conseguir mais, sem demagogias e lirismos. Para isto, O Movimento continuará a ser uma força (fora da esfera da Junta ou Câmara,) com a visão e conhecimento necessário para alertar e ajudar a resolver estes e outros problemas.

Discutidas “fora da Junta e da Câmara”? Por isso é que os comunicados são publicados no “Face” (essa coisa imoral) da Junta e não do “Face” do MRCCS (alguém conhece)?

Em relação aos Fornos Elétricos, a Junta e o Movimento acabaram de pedir uma audiência ao Secretário de Estado do Ambiente e à Caixa Geral de Depósitos para debater a situação, depois de terem ocorrido vários avisos a estas duas entidades de que estava a ser feito um mau trabalho de requalificação ambiental. Claro que os altos valores encontrados inviabilizaram a instalação, já protocolada, de uma Empresa Espanhola. A falta de 5 hectares na nossa ZI acaba de mandar esta Firma (claro) para Nelas.

Acabaram de pedir? Não me digam que começaram há 3 anos quando a SIC fez uma reportagem? Acordaram agora, foi? Estão tristinhos porque a empresa vai para Nelas?! É insurgirem-se contra Borges da Silva e o PS e fazer já uma manifestação no Largo 2 de Agosto. Carro de som parece que já há.

O Movimento não apoia um PS que tem os seus pretensos “donos” em Nelas e conta com alguns "canenses" que tudo fizeram para que algumas soluções não fossem possíveis em Canas, pelo seu voto ou opinião contra. Apelamos aos Canenses que não se esqueçam do ódio que existe contra a nossa Terra nalguns setores deste Partido Socialista Local inundado ainda pelo vírus "Nelite".

Não se esqueçam daqueles PS's ditos "canenses" que tentam agora aparecer novamente com acusações para passarem uma esponja nas suas votações contra uma oportunidade de pacificação, esperando nós que se regenerem e sejam mais construtivos.

Mas afinal O Movimento não é o Povo? Lá estamos nós a instigar o ódio contra quem denuncia as alcavalas, incongruências e manigâncias do “dono” do MRCCS. Mau Maria! Quem está com o “dono” “é canense”, quem não está é achadiço. 

Ora, com estas atitudes dos dois principais partidos, que não mostraram nem mostram qualquer preocupação com algumas importantes tomadas de posição em relação aos desafios da Nossa Terra, não nos deixam alternativa senão continuar em força com o Movimento como alerta e única forma de unidade da Nossa Terra.

Ah?! Então “continuar em força com o Movimento” é deixar de ir a eleições?! Se calhar devíamos ajudar quem decidiu (já sabemos que não foi o Povo) porque afinal já não é só ver e ouvir os seus problemas.

Estamos na Junta a dar o nosso melhor e já passámos por muito desde que recomeçou esta luta em 1998, tentando-nos ajustar a todas as situações e atropelos que sempre nos foram sendo colocados no caminho já depois de 2003. O objetivo sempre foi o de tentar traçar um caminho de integração e manutenção de um clima de diálogo entre os povos – Canas e Nelas e as suas Instituições. Acreditamos que, atualmente, estão criadas as condições para uma normalidade com abertura total para que os Partidos assumam, de forma pacífica, os seus lugares neste xadrez político, onde O Movimento será sempre uma força atenta, integradora e reivindicadora.

Esta mania de achar que Canas é tão pequenina que, ao fim de tantos e tantos anos não tem mais ninguém do que eles para fazer o que é preciso para a desenvolver. O que sabemos é que em 30 anos o que foi feito, o foi apesar deles e, muitas vezes, contra a sua vontade.

O Movimento deixa, assim, o espaço da Junta de Freguesia para os Partidos Políticos, Coligações e Independentes que entendam concorrer.

Que engraçado. Eu, a ler isto, só vejo uma assunção de que já dão as listas do PS à Junta e até a Câmara Municipal como derrotadas. Vão voltar a ensaiar boicotes eleitorais e dramatizar o que andam a tolerar há anos e anos ao amigo do peito e à anterior presidente? Já se vêem fora da Junta e, portanto, voltam os boicotes, manifestações e ameaças aos conterrâneos e os problemas que não viam passam a ser inadmissíveis?

Pedimos humildemente desculpa ao Povo de Canas, pelo erro que cometemos na Junta de Freguesia ao fazer um entendimento pós eleitoral com o PS onde tentámos sempre respeitar a votação popular de 2017 e manter a esperança de conseguirmos uma pacificação, uma ponte e uma unidade na estratégia de volta à normalidade que não foi totalmente conseguida. Tudo isto, não nos impediu de trabalhar com a CMN (Presidente), fazendo alguma obra e respostas à maioria das necessidades da Freguesia. Veja-se as Escolas, O Parque Infantil, a Etar da Ribeirinha, os ecopontos, apoio às Associações, Zona Industrial, alcatroamento de ruas, etc.

Pedem desculpa e apoiam a lista do PS que é liderada pelo número 2 da lista do MRCCS?! Pedem desculpa mas insultam o Povo e os seus conterrâneos? Viva a lógica da batata. Estas obras são exemplos claros de coisas que foram feitas apesar da Junta. A Junta não fez absolutamente nada com os seus orçamentos. Talvez valesse a pena ver a quem são adjudicados os poucos contratos com orçamento da Junta de Canas. Quanto a ETARs e Zonas Industriais, feitos pela CM, bem me lembro da oposição e boicotes feitos pelo então número 2 da Junta (actual n.º1) a quase tudo que era proposto para Canas. Algo que desapareceu quando eu próprio desapareci.

Continuaremos a exigir obras como a Casa do Frazão, O Cemitério (que estamos contra a sua localização), a Instalação de algumas empresas que são dirigidas só para Nelas, a ligação à Quinta da Boiça (em andamento) e, algumas obras que não têm passado de promessas sucessivas e que exigimos ver concretizadas.

Se evidências não existissem, este comunicado mostra que as vossas exigências não são precisas para nada. Há mais quem as faça. Em Canas é preciso elevar o nível, apelar à participação de todos, de todas as opiniões. Há muita gente válida para exigir o que precisamos. Precisamos de exigir para Canas e não apenas para alguns. Precisamos de deixar o servilismo de parte e lutar pelo bem comum.

Agradecemos aos Membros do PS e do Movimento Coração do Dão da Assembleia de Freguesia que, para além da crítica construtiva, sempre tiveram uma postura de cooperação e entendimento, nada tendo a ver com todo o resto que referimos.

Então mas afinal agradecem ou pedem desculpa? Retiram os comunicados onde vilipendiavam o José Lima? Então ele deixou de ser tesoureiro porquê se é tão proactivo? 

Esperamos que compreendam que O Movimento não se vende e nunca abandonará a luta pelos seus direitos seja em que circunstância for e, mesmo com falhas, estamos aqui para a defesa intransigente da Nossa Terra e esmagar todo o ódio e intriga destas gentes.

O vosso “Movimento” não passa de um entreposto comercial que há anos engana o Povo e só “luta” por interesses obscuros e particulares. Só assim se explica que façam barulho em situações insignificantes e se calem quando há problemas ambientais que implicam a morte de Canenses, como na Urgeiriça ou nos Fornos. A “defesa intransigente da “Nossa Terra”” não passa de retórica mixuruca que, essa sim, instiga o ódio e a intriga entre concidadãos em vez de fomentar saudáveis discussões políticas. Bom bom era quando nem eleições havia e, como bons caciques, punham e dispunham de tudo, não era?

Quem quiser ter o trabalho de comparar este “comunicado” com o que na semana passada foi posto a circular, chamando cobras e lagartos a quem se dispõe a concorrer contra o PS (ou será “Movimento”?) pode facilmente ver que a origem, a motivação e os métodos são os mesmos. Poderá ver que é orquestrado e elaborado por quem sofre de "nelite" e que mais não quer do que dividir para reinar. Andamos há demasiados anos, todos juntos enquanto comunidade, a ser enganados como meros fantoches. Queremos continuar a fazer figuras tristes enquanto vemos a nossa terra e o concelho que temos a definhar e a degradar-se a todos os níveis?

Termina-se com um Abraço a todos.

Canas de Senhorim, 3 de Agosto de 2021

VIVA CANAS DE SENHORIM

E viva o Verdadeiro Movimento de Restauração do Concelho de Canas (por aquilo que durante anos fez e tentou fazer) :)






2 Comentários

Os Fornos Electricos e o Ambiente

Corria o ano de 2017, meses antes das autárquicas, e era afixada nas instalações dos antigos Fornos Eléctricos uma placa que nos informava - "Vendido à CM de Nelas". Presidente da Câmara e Junta de Freguesia asseguravam-nos que agora é que era e que até já havia um empresário do Carregal do Sal que se instalaria ali a breve prazo. Fotografia foi tirada com o referido senhor a assinar um contrato.

Passados quatro anos, um comunicado da CM de Nelas do passado dia 23 de Julho, deixa-nos a saber que pelos vistos havia uma intenção de instalar uma empresa naquele espaço - Preço Circular Norte SA. Curiosamente esta empresa, criada a 3 de Março de 2021, sucedânea de outra muito breve com sede na mesma morada de um conhecido escritório de advogados sito à Av. João XXIII e em qual o actual presidente da CMN já foi sócio. 


Façamos de conta que este "detalhe" é normal. Que uma empresa com aquela sede, ir comprar um terreno que tinha sido anunciado como adquirido pela CM de Nelas é aceitável. Façamos de conta que é aceitável que uma empresa com sede no escritório de Lurdes Borges da Silva veja "cedidos terrenos", imagino que a preços abaixo do preço do mercado, pela Câmara presidida por José Borges da Silva. Façamos apenas de conta porque, infelizmente, o problema é bem mais grave e, inadmissivelmente, é praticamente ignorado por Câmara Municipal, presidente da Câmara e Presidente da Junta de Freguesia. 

Ora a Câmara, nesse tal comunicado de 23 de Julho, informa que a tal empresa - Preço Circular, afinal vai ter de instalar em Nelas e não em Canas (e havia um protocolo de 13 de Abril que tal previa)  porque os terrenos dos Fornos Eléctricos (que em 2017 tinham sido comprados pela CMN) afinal estão contaminados. Isto depois de nos ter sido dito, também pela CMN, que a CCDR Centro garantia que os terrenos estavam descontaminados. É indesmentível que Borges da Silva mente. Mentirá quando nos disse que já tinha comprado os Fornos, quando nos garantiu que que lhe asseguraram que os terrenos estavam "limpos" ou em ambos.

O longo texto, reserva três linhas para nos dizer que "a Câmara Municipal de Nelas (que continua em contacto com a APA, a proprietária Caixa Geral de Depósitos e o Ministério do Ambiente com vista à descontaminação total das instalações dos Fornos)". Portanto a CM de Nelas, ela própria, assume que em 2017 nos mentiu quando disse que tinha comprado os Fornos Eléctricos à CGD. Quanto à contaminação a "preocupação" é quase nula.

Mas qual será o grau de contaminação de que falamos? Ora segundo o estudo apresentado temos valores que chegam a ser quase 10x superiores ao considerado normal pela Agência Portuguesa do Ambiente, especialmente no cobre e no zinco, mas também no arsénio, chumbo e, provavelmente, nos cianetos, tudo material que, como podem imaginar, é bastante nocivo para a saúde e para o ambiente.

Onde andam os homens que rasgam vestes e fazem comunicados por causa de parques de caravanismo, que bolsam textos do Saramago porque lhes pisam os calos, que estão sempre prontos para "defender Canas" e o Concelho? Será que iremos ver mais um episódio do "não há nenhum problema de radioactividade na Urgeiriça"? Desta feita não temos direito a caixão nas escadarias da CM de Nelas? É que, dada a temática e quando comparado com o que deu origem a esse episódio, talvez valesse a pena. Hoje, 2 de Agosto, julgo que é claro que a defesa dos interesses da Freguesia nunca foi o objectivo do "último" MRCC.

O que é certo é que temos, à vista de todos, mais um gravíssimo problema ambiental em Canas de Senhorim. A SIC, há uns 3 anos até fez uma reportagem onde alertava para tal e, na altura, foi-nos prometido que o problema seria rapidamente resolvido (tenho até ideia que nos foi dito que já estaria) e, afinal, continuamos a ter metais pesados a contaminar solos e aquíferos sem qualquer aviso ou informação, eventualmente produzindo graves prejuízos a prazo na saúde das populações e da fauna e flora locais. Este assunto não é merecedor de manifestações, de pressões, de entrevistas? Não há nenhum titular de órgão político ou público que queira assumir a resolução deste problema, já que, mais uma vez, os nossos órgãos autárquicos estão mais interessados em amealhar do que em defender-nos?

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