Archive for agosto 2021

As Prioridades

Nos últimos dias esperei, ingénuo que sou, que a Junta de Freguesia de Canas de Senhorim fizesse mais um comunicado, ao jeito dos dois anteriores, um anónimo e outro em nome do MRCCS, lamentando o facto de a Câmara de Nelas, no seu "face", considerasse o gentílico Canense como um insulto. Obviamente nada saiu. Só há motivação e recursos para insultar caneses, o que foi feito nos tais dois comunicados. No fundo há coerência assinalável que vai ao ponto em que o presidente da câmara goza com a indignação natural de quem acha que Canense não pode ser, em qualquer circunstância, um insulto.

Mas foquemo-nos noutro assunto. Ontem, a CM de Nelas, e os candidatos do PS anunciavam com pompa e circunstância que tinha sido aprovada uma candidatura de 85 mil euros para requalificar o Mercado de Canas de Senhorim. Agora, em cima das eleições, ao estilo de quem mete uma placa nos terrenos dos Fornos Eléctricos a dizer "vendido à CM de Nelas". 

Várias questões se levantam neste anúncio (e vamos esquecer que pode, mais uma vez, não passar de uma grande mentira):

  1. Porque razão o Mercado de Canas de Senhorim, que funciona ao contrário do de Nelas que recebe uns eventos artificialmente criados para o ocupar, vai ser requalificado com 68.256€ e o de Nelas, segundo a CM, receberá mais de 525 mil €? Além do manifesto desprezo e descriminação notórios relativamente a todas as freguesias que não a de Nelas, qual a razão objectiva de uma requalificação de um mercado inexistente ir custar 8x mais que um que funciona e precisa de ser requalificado? Porque razão a Junta de Freguesia se contenta com esta discriminação e até elogia este estado de coisas em vez de o denunciar?

  2. Outra questão e a mais que provável aldrabice que aqui está a ser gizada. Basta ver o "parecer prévio" informa que o valor aprovado são menos de 69 mil € e não 85 mil.

E depois temos a avaliação que devia ser feita de onde vai ser gasto o dinheiro que é de todos. Ainda ontem a CM anuncia que vamos gastar 445 mil € em mupis de publicidade. São 13, o que dá a bela soma de mais de 34 mil euros + IVA por cada uma destas estruturas. 


Duas destas estruturas  custarão mais que a remodelação do Mercado de Canas de Senhorim. Devemos ficar contentes com a forma como os fundos comunitários são aplicados no Concelho? Não creio. 

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Ode às Origens - #JeSuisCanense

Hoje de manhã dei com um excerto de um despacho de arquivamento de um processo judicial no mural do "Face" do Manuel Henriques. O excerto era o seguinte:


Trata-se de uma deliberação de arquivamento de uma queixa feita por Manuel Marques sobre o bloqueio de utilizadores e remoção de comentários na pagina do "Face" do Município de Nelas. A Procuradoria de Viseu, pelos vistos, não encontrou evidências de que isso acontece.

O presidente da Câmara, ao estilo de quem vai a 200 km/h na auto-estrada, diz que nunca deu conta e desculpa-se com o "motorista". O "motorista" em causa, seguramente bem instruído, entre outras pérolas, assegura que o Facebook da Câmara Municipal de Nelas tem filtros automáticos que impedem os cidadãos de publicar comentários quando contenham "palavras ofensivas". Parece-me uma óptima decisão, como é obvio. Não queremos palavras insultuosas no nosso perfil e muito menos no da Câmara de Nelas. O perfil do "Face" da Câmara de Nelas não tem de ser como as suas reuniões onde o presidente insulta tudo e todos, chama "burros", "asnos", "porcos", entre outros mimos, a vários vereadores. 

Mas quais são as palavras "insultuosas" que existem no tal filtro automático e que obrigam cidadãos a expressar a sua opinião "educadamente"? Segundo o responsável são:
  • Mentiroso;
  • Aldrabão;
  • Energúmeno (serão os três principais adjectivos que os internautas do "Face" chamam ao presidente da Câmara?);
  • Índio e......
  • Canense 
Isso mesmo, Canense. Na Câmara de Nelas, Canense é considerado um insulto

Esperam-se agora, nesta altura tão profusa a tal, pelos comunicados do presidente da Câmara, do Presidente da Junta, do Movimento, etc. para nos explicar hipocritamente que  "são tão de Canas como de Nelas" e que este lapso freudiano afinal não o é.

Exige-se um pedido de desculpas público claro e objectivo do presidente da Câmara rapidamente, como se exige que a Junta de Canas de Senhorim o exija rapidamente. Essa exigência já devia estar feita e publicada no "Face", no site da JFCS (e um pedido para publicação ao Nelas Obscura). Mas, como nestes sítios são mais propensos a publicar textos onde insultam cidadãos da Freguesia, talvez até estejam de acordo com as políticas do "Face" do Município de Nelas e contentes com esta explicação. 

Ter orgulho nas suas origens, desejar o que consideramos o melhor para ela, é algo que devia ser valorizado, especialmente por autarquias e outros órgãos políticos que vivem da participação cidadã. Essa valorização só pode trazer benefícios ao colectivo. Neste Concelho já todos sabemos que assim não é, aqui o centralismo doentio é lei, mas o grau de desconsideração, de insulto, é tenebroso. Este pequeno detalhe demonstra de forma simples o grau. Naturalmente que a culpa é do "motorista". 

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2 de Agosto não devia ser o Dia da Hipocrisia



Ontem ao início da tarde o “MRCCS” (aquele que se candidata pelo PS) emitiu mais um triste comunicado, não assinado, o segundo em menos de uma semana. Tinham passado uns 30 minutos e decidiu, face aos muitos comentários no “Face”, que o deviam apagar. Fez bem! Era mais uma escorrência de bílis contra os Canenses que teimam em pensar pela sua cabeça e encarar as cada vez maiores contradições e incoerências do discurso e dos actos destes cidadãos e que têm a veleidade de ser livres. Algo notório há muitos anos, mas que tem vindo a aumentar *exponencialmente nos últimos tempos.

Assim reza o dito:

 

COMUNICADO 2 DE AGOSTO DE 2021

Mais uma vez, devido à situação de pandemia que estamos a atravessar, não será possível realizar a nossa tradicional Festa de Comemoração do 2 de Agosto nos moldes a que sempre nos habituámos. Não haverá o tradicional convívio e comunicação, haverá sim um carro de som com música no Largo 2 de Agosto.

Portanto pode haver aglomeração de pessoas, à volta dum carro de som, mas não pode haver um discurso sobre a situação política e permitir a outros que o façam (mas permitir mesmo não é dize-lo e ter tudo controlado para que não aconteça)? A vergonha lá acabou por chegar. Ainda bem.

No entanto, devemos continuar a respeitar a nossa história, aprendendo com ela a perpetuar os nossos valores, dos quais nos orgulhamos, ficando esta comemoração na memória de cada um.

Desde quando a hipocrisia que têm praticado deve ser um motivo de orgulho? A história que têm construído não passa de um atestado de hipocrisia a vós próprios e um desrespeito ao que devia ser a luta pelo desenvolvimento da Freguesia.

Nas comemorações do ano de 2020, como viram, um grupo, que poderia tê-lo feito em conjunto connosco, achou-se no direito de comemorar o 2 de agosto, tentando desrespeitar a nossa Luta e o nosso Movimento que sempre organizou e festejou em conjunto com o Povo, esta data.

Poderia? Mas se a festa é popular, do Povo, o Povo, agrupado, não pode fazer a festa sem que 2 ou 3 achem que são donos dela? É preciso uma autorização dos "donos"? O Povo, parte dele, fez o que muito bem entendeu e fez muito bem.

Decidiu-se que  O Movimento não deveria concorrer a estas eleições, dando lugar aos Partidos e Coligações que entendam por bem fazê-lo. Acontece que o PSD, sem qualquer diálogo com o seu anterior parceiro de coligação em Canas, decidiu, unilateralmente, que este Partido seria o “dono” do Movimento e que todos teríamos o dever de apoiar sem questionar.

“Decidiu-se”?! Mas afinal o Movimento já não é o Povo? Quem é que afinal decide unilateralmente pelo Povo? Anos a fios sem podermos votar e agora decide-se assim, renomear o MRCCS em PS (quando no passado o PSD era renomeado MRCCS). Se calhar foi pela acção do “líder” que decide em nome do Povo e sem o consultar, que o PSD se achava “dono” do Movimento. Não nos enganemos - o “dono”, o “líder” do MRCCS, deste MRCCS, é há muitos muitos anos apenas uma pessoa, com uns coadjuvantes.

No entanto, com algum ruído, nada se ouve sobre a educação, a saúde, a perda de eleitores, a pouca instalação de empresas e pessoas, a falta de planos de urbanização, o iminente fecho de Instituições, a falta de investimento camarário e a grande discrepância entre a sede do concelho e a nossa freguesia, onde nem sequer existe uma Casa da Cultura ou algo semelhante.

Não é ternurento ver os nossos eleitos, aqueles que têm a obrigação de nos defender, de levantar as questões nos sítios certos, queixarem-se que “nada se ouve sobre educação, perda de eleitores, saúde, pouca instalação de empresas, etc.”? Faltam às Assembleias Municipais, delegam a representação em quem não o pode fazer legalmente, e lá não abrem a boca para defender a Freguesia e Canas de Senhorim. Parece que só sabem fazer barulho para para atacar Canenses, é assim há anos e anos. Para defender o que que agora dizem que “não se ouve”, não são capazes. Queixam-se de eles próprio. Estão há 25 anos na Junta, é natural que já não ouçam. Veja-se o site da Freguesia, onde este comunicado está publicado, mas nada sobre os problemas de Canas que dizem existir.

Estes são os graves e grandes desafios que temos de enfrentar todos os dias e, embora, as ervas/limpeza e algumas falhas do género que são da responsabilidade da Câmara, sejam importantes, continuam longe do essencial. Salienta-se o contrato que existe para uma parte da limpeza, entre a Câmara, a Junta e a Firma Ecomadeiras, que tudo têm feito para colmatar este problema numa Freguesia com grande área de limpeza, tornando esta tarefa quase impossível.

As Juntas receberam uma delegação de competências (julgo que em 2015) da Câmara Municipal e tal delegação de competências foi votada em Assembleia Municipal (e aprovada pelo Presidente da Junta de Canas). Será que não a leram?  Afinal não só não ouvem como também já não vêem bem. Se calhar convém irem às Assembleias Municipais e falar, dizerem isto, que a Freguesia é grande, que é impossível, ao invés de apoiarem quem torna a tarefa impossível. Consultem as actas das ditas e verão que, da nossa Freguesia a única coisa que se ouve é o silêncio. 

No entanto, estas situações devem, sem problemas, serem defendidas e discutidas.

Por tudo isto, e muito mais, independentemente da vontade e boa intenção de cada concorrente, devemos lutar para manter o que temos, e conseguir mais, sem demagogias e lirismos. Para isto, O Movimento continuará a ser uma força (fora da esfera da Junta ou Câmara,) com a visão e conhecimento necessário para alertar e ajudar a resolver estes e outros problemas.

Discutidas “fora da Junta e da Câmara”? Por isso é que os comunicados são publicados no “Face” (essa coisa imoral) da Junta e não do “Face” do MRCCS (alguém conhece)?

Em relação aos Fornos Elétricos, a Junta e o Movimento acabaram de pedir uma audiência ao Secretário de Estado do Ambiente e à Caixa Geral de Depósitos para debater a situação, depois de terem ocorrido vários avisos a estas duas entidades de que estava a ser feito um mau trabalho de requalificação ambiental. Claro que os altos valores encontrados inviabilizaram a instalação, já protocolada, de uma Empresa Espanhola. A falta de 5 hectares na nossa ZI acaba de mandar esta Firma (claro) para Nelas.

Acabaram de pedir? Não me digam que começaram há 3 anos quando a SIC fez uma reportagem? Acordaram agora, foi? Estão tristinhos porque a empresa vai para Nelas?! É insurgirem-se contra Borges da Silva e o PS e fazer já uma manifestação no Largo 2 de Agosto. Carro de som parece que já há.

O Movimento não apoia um PS que tem os seus pretensos “donos” em Nelas e conta com alguns "canenses" que tudo fizeram para que algumas soluções não fossem possíveis em Canas, pelo seu voto ou opinião contra. Apelamos aos Canenses que não se esqueçam do ódio que existe contra a nossa Terra nalguns setores deste Partido Socialista Local inundado ainda pelo vírus "Nelite".

Não se esqueçam daqueles PS's ditos "canenses" que tentam agora aparecer novamente com acusações para passarem uma esponja nas suas votações contra uma oportunidade de pacificação, esperando nós que se regenerem e sejam mais construtivos.

Mas afinal O Movimento não é o Povo? Lá estamos nós a instigar o ódio contra quem denuncia as alcavalas, incongruências e manigâncias do “dono” do MRCCS. Mau Maria! Quem está com o “dono” “é canense”, quem não está é achadiço. 

Ora, com estas atitudes dos dois principais partidos, que não mostraram nem mostram qualquer preocupação com algumas importantes tomadas de posição em relação aos desafios da Nossa Terra, não nos deixam alternativa senão continuar em força com o Movimento como alerta e única forma de unidade da Nossa Terra.

Ah?! Então “continuar em força com o Movimento” é deixar de ir a eleições?! Se calhar devíamos ajudar quem decidiu (já sabemos que não foi o Povo) porque afinal já não é só ver e ouvir os seus problemas.

Estamos na Junta a dar o nosso melhor e já passámos por muito desde que recomeçou esta luta em 1998, tentando-nos ajustar a todas as situações e atropelos que sempre nos foram sendo colocados no caminho já depois de 2003. O objetivo sempre foi o de tentar traçar um caminho de integração e manutenção de um clima de diálogo entre os povos – Canas e Nelas e as suas Instituições. Acreditamos que, atualmente, estão criadas as condições para uma normalidade com abertura total para que os Partidos assumam, de forma pacífica, os seus lugares neste xadrez político, onde O Movimento será sempre uma força atenta, integradora e reivindicadora.

Esta mania de achar que Canas é tão pequenina que, ao fim de tantos e tantos anos não tem mais ninguém do que eles para fazer o que é preciso para a desenvolver. O que sabemos é que em 30 anos o que foi feito, o foi apesar deles e, muitas vezes, contra a sua vontade.

O Movimento deixa, assim, o espaço da Junta de Freguesia para os Partidos Políticos, Coligações e Independentes que entendam concorrer.

Que engraçado. Eu, a ler isto, só vejo uma assunção de que já dão as listas do PS à Junta e até a Câmara Municipal como derrotadas. Vão voltar a ensaiar boicotes eleitorais e dramatizar o que andam a tolerar há anos e anos ao amigo do peito e à anterior presidente? Já se vêem fora da Junta e, portanto, voltam os boicotes, manifestações e ameaças aos conterrâneos e os problemas que não viam passam a ser inadmissíveis?

Pedimos humildemente desculpa ao Povo de Canas, pelo erro que cometemos na Junta de Freguesia ao fazer um entendimento pós eleitoral com o PS onde tentámos sempre respeitar a votação popular de 2017 e manter a esperança de conseguirmos uma pacificação, uma ponte e uma unidade na estratégia de volta à normalidade que não foi totalmente conseguida. Tudo isto, não nos impediu de trabalhar com a CMN (Presidente), fazendo alguma obra e respostas à maioria das necessidades da Freguesia. Veja-se as Escolas, O Parque Infantil, a Etar da Ribeirinha, os ecopontos, apoio às Associações, Zona Industrial, alcatroamento de ruas, etc.

Pedem desculpa e apoiam a lista do PS que é liderada pelo número 2 da lista do MRCCS?! Pedem desculpa mas insultam o Povo e os seus conterrâneos? Viva a lógica da batata. Estas obras são exemplos claros de coisas que foram feitas apesar da Junta. A Junta não fez absolutamente nada com os seus orçamentos. Talvez valesse a pena ver a quem são adjudicados os poucos contratos com orçamento da Junta de Canas. Quanto a ETARs e Zonas Industriais, feitos pela CM, bem me lembro da oposição e boicotes feitos pelo então número 2 da Junta (actual n.º1) a quase tudo que era proposto para Canas. Algo que desapareceu quando eu próprio desapareci.

Continuaremos a exigir obras como a Casa do Frazão, O Cemitério (que estamos contra a sua localização), a Instalação de algumas empresas que são dirigidas só para Nelas, a ligação à Quinta da Boiça (em andamento) e, algumas obras que não têm passado de promessas sucessivas e que exigimos ver concretizadas.

Se evidências não existissem, este comunicado mostra que as vossas exigências não são precisas para nada. Há mais quem as faça. Em Canas é preciso elevar o nível, apelar à participação de todos, de todas as opiniões. Há muita gente válida para exigir o que precisamos. Precisamos de exigir para Canas e não apenas para alguns. Precisamos de deixar o servilismo de parte e lutar pelo bem comum.

Agradecemos aos Membros do PS e do Movimento Coração do Dão da Assembleia de Freguesia que, para além da crítica construtiva, sempre tiveram uma postura de cooperação e entendimento, nada tendo a ver com todo o resto que referimos.

Então mas afinal agradecem ou pedem desculpa? Retiram os comunicados onde vilipendiavam o José Lima? Então ele deixou de ser tesoureiro porquê se é tão proactivo? 

Esperamos que compreendam que O Movimento não se vende e nunca abandonará a luta pelos seus direitos seja em que circunstância for e, mesmo com falhas, estamos aqui para a defesa intransigente da Nossa Terra e esmagar todo o ódio e intriga destas gentes.

O vosso “Movimento” não passa de um entreposto comercial que há anos engana o Povo e só “luta” por interesses obscuros e particulares. Só assim se explica que façam barulho em situações insignificantes e se calem quando há problemas ambientais que implicam a morte de Canenses, como na Urgeiriça ou nos Fornos. A “defesa intransigente da “Nossa Terra”” não passa de retórica mixuruca que, essa sim, instiga o ódio e a intriga entre concidadãos em vez de fomentar saudáveis discussões políticas. Bom bom era quando nem eleições havia e, como bons caciques, punham e dispunham de tudo, não era?

Quem quiser ter o trabalho de comparar este “comunicado” com o que na semana passada foi posto a circular, chamando cobras e lagartos a quem se dispõe a concorrer contra o PS (ou será “Movimento”?) pode facilmente ver que a origem, a motivação e os métodos são os mesmos. Poderá ver que é orquestrado e elaborado por quem sofre de "nelite" e que mais não quer do que dividir para reinar. Andamos há demasiados anos, todos juntos enquanto comunidade, a ser enganados como meros fantoches. Queremos continuar a fazer figuras tristes enquanto vemos a nossa terra e o concelho que temos a definhar e a degradar-se a todos os níveis?

Termina-se com um Abraço a todos.

Canas de Senhorim, 3 de Agosto de 2021

VIVA CANAS DE SENHORIM

E viva o Verdadeiro Movimento de Restauração do Concelho de Canas (por aquilo que durante anos fez e tentou fazer) :)






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Os Fornos Electricos e o Ambiente

Corria o ano de 2017, meses antes das autárquicas, e era afixada nas instalações dos antigos Fornos Eléctricos uma placa que nos informava - "Vendido à CM de Nelas". Presidente da Câmara e Junta de Freguesia asseguravam-nos que agora é que era e que até já havia um empresário do Carregal do Sal que se instalaria ali a breve prazo. Fotografia foi tirada com o referido senhor a assinar um contrato.

Passados quatro anos, um comunicado da CM de Nelas do passado dia 23 de Julho, deixa-nos a saber que pelos vistos havia uma intenção de instalar uma empresa naquele espaço - Preço Circular Norte SA. Curiosamente esta empresa, criada a 3 de Março de 2021, sucedânea de outra muito breve com sede na mesma morada de um conhecido escritório de advogados sito à Av. João XXIII e em qual o actual presidente da CMN já foi sócio. 


Façamos de conta que este "detalhe" é normal. Que uma empresa com aquela sede, ir comprar um terreno que tinha sido anunciado como adquirido pela CM de Nelas é aceitável. Façamos de conta que é aceitável que uma empresa com sede no escritório de Lurdes Borges da Silva veja "cedidos terrenos", imagino que a preços abaixo do preço do mercado, pela Câmara presidida por José Borges da Silva. Façamos apenas de conta porque, infelizmente, o problema é bem mais grave e, inadmissivelmente, é praticamente ignorado por Câmara Municipal, presidente da Câmara e Presidente da Junta de Freguesia. 

Ora a Câmara, nesse tal comunicado de 23 de Julho, informa que a tal empresa - Preço Circular, afinal vai ter de instalar em Nelas e não em Canas (e havia um protocolo de 13 de Abril que tal previa)  porque os terrenos dos Fornos Eléctricos (que em 2017 tinham sido comprados pela CMN) afinal estão contaminados. Isto depois de nos ter sido dito, também pela CMN, que a CCDR Centro garantia que os terrenos estavam descontaminados. É indesmentível que Borges da Silva mente. Mentirá quando nos disse que já tinha comprado os Fornos, quando nos garantiu que que lhe asseguraram que os terrenos estavam "limpos" ou em ambos.

O longo texto, reserva três linhas para nos dizer que "a Câmara Municipal de Nelas (que continua em contacto com a APA, a proprietária Caixa Geral de Depósitos e o Ministério do Ambiente com vista à descontaminação total das instalações dos Fornos)". Portanto a CM de Nelas, ela própria, assume que em 2017 nos mentiu quando disse que tinha comprado os Fornos Eléctricos à CGD. Quanto à contaminação a "preocupação" é quase nula.

Mas qual será o grau de contaminação de que falamos? Ora segundo o estudo apresentado temos valores que chegam a ser quase 10x superiores ao considerado normal pela Agência Portuguesa do Ambiente, especialmente no cobre e no zinco, mas também no arsénio, chumbo e, provavelmente, nos cianetos, tudo material que, como podem imaginar, é bastante nocivo para a saúde e para o ambiente.

Onde andam os homens que rasgam vestes e fazem comunicados por causa de parques de caravanismo, que bolsam textos do Saramago porque lhes pisam os calos, que estão sempre prontos para "defender Canas" e o Concelho? Será que iremos ver mais um episódio do "não há nenhum problema de radioactividade na Urgeiriça"? Desta feita não temos direito a caixão nas escadarias da CM de Nelas? É que, dada a temática e quando comparado com o que deu origem a esse episódio, talvez valesse a pena. Hoje, 2 de Agosto, julgo que é claro que a defesa dos interesses da Freguesia nunca foi o objectivo do "último" MRCC.

O que é certo é que temos, à vista de todos, mais um gravíssimo problema ambiental em Canas de Senhorim. A SIC, há uns 3 anos até fez uma reportagem onde alertava para tal e, na altura, foi-nos prometido que o problema seria rapidamente resolvido (tenho até ideia que nos foi dito que já estaria) e, afinal, continuamos a ter metais pesados a contaminar solos e aquíferos sem qualquer aviso ou informação, eventualmente produzindo graves prejuízos a prazo na saúde das populações e da fauna e flora locais. Este assunto não é merecedor de manifestações, de pressões, de entrevistas? Não há nenhum titular de órgão político ou público que queira assumir a resolução deste problema, já que, mais uma vez, os nossos órgãos autárquicos estão mais interessados em amealhar do que em defender-nos?

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