Archive for maio 2017

Era uma vez um Problema Ambiental

Era uma vez um problema ambiental que existia na Urgeiriça e que, durante anos, responsáveis autárquicos da Junta de Freguesia de Canas de Senhorim sempre juraram a pés juntos que não existia. Responsáveis autárquicos esses que atacavam publica e privadamente quem durante anos lutou para que esses problemas graves fossem resolvidos.

Fruto da luta de muitos: ex-mineiros, ex-trabalhadores da ENU, moradores, ambientalistas; foi possível alcançar vitórias que, à partida, seriam consideradas utópicas. 

Uma das questões era a recuperação das habitações existentes no Bairro Mineiro, que apresentam elevados níveis de radioactividade. Problema que sempre foi negociado entre Associação da Urgeiriça e a EDM tendo, basicamente, todos os tramites e exigências sido acordados. Faltava APENAS o cumprimento do acordado.

Eis que os chicos espertos que, no passado, juravam a pés juntos que não havia problema nenhuma na Urgeiriça, a coberto de um velho "aliado", vêm agora apresentar-se como paladinos da defesa da reabilitação ambiental da Urgeiriça e.....

Depois do jogo sujo de bastidores tentam colar-se desenvergonhadamente ao que outros alcançaram. Poderíamos dizer que vale mais tarde que nunca e que é hora de se juntarem à luta mas não. Trata-se apenas e só de uma tentativa descarada de tentar capitalizar simpatia, usurpando os louros que outros alcançaram. Nada que espante nos actores em causa. 

A tentativa vem sendo tentada há alguns meses e até houve uma reunião com a população, onde estive presente, onde ficou deliberado, manter o interlocutor com a EDM. Não quis o presidente da Câmara de Nelas & Cia, respeitar a vontade do Povo. Irão dizer que a foi a EDM a impor este modelo (como se houvesse alguma razão para tal). É como julgassem que na Urgeiriça a memória não existisse. 

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13 Inaugurações

No Primeiro de Maio foi feita uma inauguração nas 4 esquinas de Canas de Senhorim.
Convém que as pessoas entendam algumas coisas sobre o que foi feito:

  1. A área intervencionada era e continua a ser privada. O proprietário pode, a qualquer momento requerer, o espaço para edificar o que quer que seja;
  2. O custo da obra foi 16.500 euros mais IVA, como se pode ver pela imagem 1;
    imagem 1
  3. Ficou por fazer a intervenção do espaço público entre (no mínimo) o Largo 2 de Agosto, a Capela e o Mercado, com a criação de passeios e espaços pedonais para fruição pública, reordenamento do transito, iluminação pública e mobiliário urbano. Assim como se pretendeu fazer em Nelas onde era muito menos necessário. Lá a coisa custou mais de 100 mil euros, como também é visível na imagem 1;
  4. Que o custo desta intervenção foi, mais coisa menos coisa, o mesmo que custou uma hora de actuação dos Diabo na Cruz em Junho passado na sede do Concelho, como se pode ver pela imagem 2.
    imagem 2

Isto dá para por em perspectiva a relevância da obra que pomposamente foi inaugurada e o que ela pretende: inviabilizar uma intervenção de fundo que reabilite o espaço público em Canas de Senhorim. Com o preço pago a uma banda musical tenta-se evitar uma obra estruturante que embelezaria e atrairia pessoas ao concelho numa povoação que há muito não é devidamente intervencionada. 

Sobre o preço pago aos Diabo na Cruz muito haveria a dizer (e talvez ainda seja dito), mas basta consultar o BASE e ver se encontram valor mais elevado pago à banda nos últimos 5 anos.

Mas já que a senda é inaugurar era interessante vermos inaugurar, por exemplo: 
  1. A educação e o respeito nas reuniões de Câmara e fora delas; 
  2. A verdade nos discursos e comunicados; 
  3. A igualdade de tratamento face a todos os munícipes e freguesias - a título de exemplo gastaram-se mais de 100 mil euros nas 4 esquinas de Nelas e apenas 16 mil nas de Canas (em terrenos particulares); 
  4. A defesa do interesse público em vez dos interesses pessoais e privados;
  5. O Centro Escolar de Canas de Senhorim (e não refeitórios que não em pré-fabricados); 
  6. Reparar condições deficientes na pré-escola de Canas de Senhorim ou de Santar, por exemplo; 
  7. Parques infantis funcionais e respeitando todos os preceitos legais, como o das Caldas da Felgueira e tantos outros; 
  8. Regenerações urbanas onde elas são efectivamente necessárias na Aguieira, Senhorim, Canas de Senhorim, Carvalhal Redondo, Pisão, Moreira. Faze-lo respeitando a traça beirã tradicional valorizando e potenciando o património existente, dando-lhe a coerência necessária para tornar o concelho atrativo para habitantes e visitantes;
  9. Iniciar as Áreas de Reabilitação Urbana que permitiriam aos particulares das Caldas da Felgueira, Canas de Senhorim, Nelas e Santar fazer obras com benefícios fiscais - não se limitar a calcetar terrenos privados; 
  10. A baixa do IMI;
  11. As obras que diz que vai fazer no próximo mandato;
  12. Assumir as responsabilidades pelo não cumprimento das muitas promessas que fez a pessoas, associações, empresas e juntas de freguesia em vez de atirar as culpas para os vereadores;
  13. Os lares prometidos de Carvalhal Redondo e Senhorim e o Centro da Misericórdia de Canas de Senhorim
Ao invés disto assistimos a inaugurações de empresas e ao apensar de placas para associar o espécime a coisas de pouco vulto. Assistimos ao disruptivo (esta palavra agora é de uso obrigatório) conceito de inaugurar promessas. O que temos tido e vamos ter são, essencialmente, inaugurações de promessas. Aliás, quem conhece Borges da Silva já certamente o ouviu dizer que "o que rende não é o cumprimento de promessas mas fazê-las". Até no que a lugares diz respeito isso se aplica. Especialmente aí. As desilusões pessoais, gere-as depois.

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Descer à Terra

Amanhã são inauguradas as novas instalações da CoverCar na ZI de Canas de Senhorim e, hoje de manhã, fiquei a saber mais novidades relativamente às Zonas Industriais do Concelho. 

Uma nova empresa será instalada em Nelas e outra em Canas de Senhorim. Uma que fornecerá a Shark em Oliveirinha e uma outra, cujo o antigo accionista é um distinto canense, irá instalar-se, transitoriamente, na ZI de Nelas. Isto lá para 2018 ou 2019. Boas notícias, estas.

Mas, mais uma vez, as promessas alardidamente feitas sobre investimentos em Zonas Industriais, anunciadas à peble há um ano atrás, com um investimento de 10 milhões de euros em quatro ZI do Concelho ficaram definitivamente postas de parte.

Quem não se lembra do fantástico e caro vídeo elaborado propositadamente para propagandear o futuro risonho que se avizinhava?


Eram "10 milhões" para a a Zona Industrial n.º1 de Nelas, para o Chão do Pisco, para a Ribeirinha e para comprar e reabilitar os Fornos Elétricos. O futuro era radiante e policêntrico. O respeito pelo passado industrial de Canas, que tanto deu ao concelho de Nelas, parecia voltar em força. Logo na altura, numa reunião de Câmara que se realizou a 27 de Maio de 2015, alertei para as muitas dúvidas que tinha. 
  • Questionei sobre o Estudo de Impacto Ambiental e foi-me dito que não era preciso - mais tarde constatou-se que eu tinha razão e uma elaboração apressada de um estudo vai custar 18.500€ quando podia custar bem menos;
  • Questionei sobre quais seriam as prioridades caso a CCDR não aceitasse tanto investimento - fugindo à questão lá me foi dito que as prioridades era investir por igual em todas elas. Hoje foi-nos dito, preto no branco, que todo o investimento aprovado será investido na ZI 1 de Nelas. Daquilo que ouvi também entendi que os "10 milhões", que depois passaram a ser "3 milhões" afinal são apenas e só a expectativa do Presidente - ou seja, podem muito bem ser apenas metade. 
  • Outra questão relevante, que se mantém, prende-se com o custo de mercado a que têm de se vender os terrenos objecto de financiamento. Vai uma aposta que na ZI 1 de Nelas, ou se arranja uma manigância, ou os custos dos terrenos vendidos a empresários vão obrigatoriamente disparar? Ou isso ou a CMN terá de devolver dinheiro, de acordo com os regulamentos comunitários, a Bruxelas.
Isto e mais algumas coisas podem ser constatadas na acta da dita reunião.

Actualmente mais do mesmo está em andamento. Agora são apresentados como certos investimentos de mais de "14 milhões de euros" para realizar depois das eleições. Aí, como nesta questão, são palavras que as levará o vento.

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