Soubemos
hoje, por um artigo do Le Monde, que o Presidente dessa coisa que os
tratados não prevêem e a que se chama Eurogrupo, o holandês comprador à pressão
de títulos académicos - Jeroen Dijsselbloem – e os alemães (seja lá o que
isso for), exigem que Portugal e Espanha sejam sujeitos a sanções por parte da
Comissão Europeia, sanções a aplicar pelo incumprimento da regra dos 3% de
défice estrutural em 2015. No caso português o défice ficou nos 4,4% e não nos
2,8% como afiançava a PaF antes das eleições (a mesma que nos prometeu devolver
40% da sobretaxa do IRS que depois das eleições se esfumaram), quando propalava
a “saída limpa”.
Segundo o Le Monde as penalizações poderão ir pela
aplicação de uma multa de até 0,2% do PIB e ficar impedido de aceder a fundos
estruturais europeus.
Ao que parece Junker tenta por alguma água na
fervura e não está propriamente com vontade de as aplicar. Veremos quem
efectivamente manda na UE.
Mas este desejo aparentemente defendido pelo
holandês e pelos alemães vem reforçar a impressão de que é a demência, a
hipocrisia e o desprezo (e não a solidariedade) a comandar a União Europeia. Em
plena euforia do Brexit, há uns tipos que nem deixam assentar a poeira e estão
mesmo apostados em destruir aquilo a que se convencionou chamar de União
Europeia e que há muito deixou de defender aquilo para que foi criada.
A pouca esperança que tenho de que a UE mude de
rumo face ao resultado inglês vai desvanecendo rapidamente.
Esperaram apenas pela definição dos resultados
eleitorais em Espanha – não fosse este desejo influenciar os resultados em
direcções que não fossem do seu agrado – provando também desta forma que
Portugal para eles pouco ou nada conta, para aplicar o seu ímpeto “justiceiro”
aos “incumpridores” que cumpriram os ditames da troika que impuseram e que não
têm a sorte(?) de “ser a França”.
Quem é que criticou Catarina Martins e o Bloco, por
lançar avisos sobre a necessidade de consultar os povos e a vontade de
permanecer nesta farsa? Eu que não sou de intrigas era capaz de apostar que a
“ameaça” até foi concertada com Costa.