Estamos todos de luto perante mais um acto bárbaro. Mais de 100 vítimas merecem o nosso respeito e a nossa reflexão.
A França é um país com uma postura hipócrita. Autodesignado "farol" da liberdade e do estado de direito - estatuto que perdeu há muito, ostracizando parte da população, especialmente, para esta questão, cidadãos franceses com origem ultramarina ou europeia.
Com as diferenças sociais entre os "diferentes" franceses, não é de estranhar que o discurso superlativamente hipócrita vigente, potencie a simpatia pelos extremismos. Um discurso que não é tantas vezes coerente com a acção de muitos franceses “de gema” e do próprio Estado Francês.
A ideia de superioridade que a França gosta de cultivar, e especialmente a exclusividade dessa superioridade, excluí paradoxalmente os que são franceses, os filhos do colonialismo, perante a lei.
Orelhas mocas, anos a fio, potenciam divisões que hipocritamente são negadas.
Na UE, a outro nível felizmente, o autismo é semelhante e característico, mas as distinções e as marginalizações são igualmente uma constante. "A França é a França", como a Alemanha e os Países Baixos são de outro campeonato. Discriminações e manifestações de soberba que potenciam divisões entre povos, ao mesmo tempo que, hipocritamente, se afirma que a UE, serve para a coesão e união – como o próprio nome indica - da Europa.
E depois os referendos é que são coisas más?