Agitam-se as hostes (mas suavemente) com o outra vez anunciado encerramento do balcão do Santander em Canas de Senhorim. A confirmar-se seria, mais do que um golpe na economia local, mais uma evidência da decadência económica da freguesia e do concelho, que já foi uma das mais pujantes da Região Centro e ora uma sombra daquilo que foi.
Nas últimas décadas o depauperar económico da freguesia tem sido uma constante, com poucas empresas a fixarem-se, algumas "obrigadas" a deslocalizarem-se para a única zona industrial que existia (ler Nelas) e muitas a encerrarem. Entretanto a ZI da Ribeirinha foi intervencionada (mas com oposição do presidente da Junta que considerava isso "desperdício de dinheiro", como considerou desperdício a construção do Centro Escolar)
A única coisa que durante estes anos não mudou foi a presidência de facto da Junta de Freguesia e a sua sempre próxima relação (quase umbilical) com a Câmara de Nelas, fosse presidente Isaura Pedro ou Borges da Silva. Ainda era José Correia presidente da CMN e já a Junta era gerida pelo actual autarca. E nestas alturas já se faziam boicotes eleitorais para assegurar eleições em Nelas a troco de vá-se lá saber o quê que se combinava em jantares discretos. O resultado desta gestão poderá até ser muito produtiva (não duvido absolutamente nada disso) mas não o será para quem devia - a generalidade da população e a Freguesia.
Como não seria justo imputar à CM ou à JF o encerramento deste balcão, porque não será desejo de ninguém no concelho que isso aconteça, teremos de ter esperança e não desesperar.
Relembremos o passado: há poucos anos este encerramento, dizia-se, estava igualmente para acontecer e logo, pronta e diligentemente os "nossos" presidentes da Junta e da Câmara se agigantaram para o impedir. A acreditar nesta narrativa, com direito a comunicados em jeito de medalhas, o seu "inexcedível" trabalho impediu na altura o encerramento do balcão. Nessa altura, curiosamente ou não, não houve faixas a falar em "união", "pequenas divisões", "desautorizações" e "ódios". Nessa altura o "mérito" foi unipessoal e o Santander por cá se mantem.
Na pouco provável hipótese de o encerramento se efectivar teremos então de inferir que os actores, especialistas em acicatar divisões, ódios e desautorizar tudo e todos, estão, desta feita, interessados noutro tipo de desfecho. Ou, então, teremos de concluir que o que se passou no passado nada teve a ver com o narrado.
Haja esperança e Totta.