Ciclo Yeah-Yeah

No passado dia 12 de Maio, diz-nos a página do Município, foi assinado um contrato para a construção de uma ciclovia junto à “variante” de Nelas. Um, vamos chamar-lhe erradamente, investimento de mais de 600 mil euros dos nossos impostos, para que o autarca-sol, possa ostentar mais um cromo e dizer que “Nelas já tem uma ciclovia”. Se tratasse de por os seus inúmeros vereadores, assessores e adjuntos a pensar o Concelho e a potencia-lo, seja até com uma ciclovia ou, como agora modernamente e multidisciplinarmente se diz, ecopista, talvez outra coisa, menos apressada, se arranjasse.  

Uma ciclovia ali, só ali, a começar por ali, é apenas e só deitar dinheiro fora e desvalorizar recursos e património existente, é um atentado ao bom-senso (que é coisa que não abunda) desviando pessoas para onde elas deviam ser retiradas (até por questões de segurança e saúde). São 3 quilómetros que ficarão ao módico preço de 200€ por metro linear.

A União dos Concelhos de Canas de Senhorim e Nelas tem recursos que podiam e deviam ser potenciados com estes ecotrilhos, seguramente mais baratos, que seriam com certeza atractivos de pessoas e de estilos de vida mais saudáveis e ecológicos, usando a bicicleta ou apenas os pés. 

Será mais importante anunciar e criar coisas com rótulo de modernidade (sejam ou não), sem que elas esteja associada uma simples reflexão sobre a sua utilidade, se serão precisas. Não é de espantar que depois sejam deixadas ao abandono.

Será que não deveria ser tentada a interligação do que já existe, ligar os Jardins de Santar à Mata das Alminhas, fazê-lo melhorando trilhos, passando por Vilar Seco, vislumbrando vinhas? Daí ligar a Mata das Alminhas ao Parque da Urgeiriça, passando no Lago dos Valinhos (que tem um grave problema de acesso), e tornando-os sítios centrais no usufruto do lazer concelhio. Aproveitar o que já está construído, que serve para inúmeras cerimónias de inauguração mas que, depois, não é potenciado ou divulgado. Sabemos que foi a EDM e o Estado Central a construir estes espaços de excelência, de fazer inveja a muitos concelhos, mas o facto de não estarem na sede do Concelho, não devia ser razão para que o município não os encarasse como “seus” e os mantenha com orgulho. Não basta ir cortar o mato antes do Ministro do Ambiente lá ir. É preciso plantar árvores, relva e tratar da manutenção de todo o espaço, circuito de manutenção, passadiços, etc.

Este trilho podia bem ter continuação, junto à Ribeira da Pantanha, até às Caldas da Felgueira, com alguns troços em passadiço (que até serviria para alguém ostentar mais um cromo), e ao Rio Mondego, interligando o usufruto da natureza ao recurso termal ali existente e com tanta necessidade de recuperação. Aqui, a julgar pelo que diz a CM do Carregal do Sal que já trabalha nisso, poderia interligar-se à futura (?) ecopista do Mondego que permitirá o usufruto deste fluvio entre Mangualde e Santa Comba Dão. 

Mas, como é óbvio, nada disto interessa. Tal infraestrutura ainda podia irritar os poluidores da Pantanha, que ficaria mais facilmente visível. Ainda teríamos mais gente a exigir o fim deste atentado há mais de uma década perpetrado. 

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