Hoje fui destituído, por despacho do Presidente de Câmara (ou terá sido a 14 de Outubro de 2015?) das funções de Vice-Presidente da Câmara Municipal de Nelas e de Vereador em regime de permanência.
As razões invocadas prendem-se com a “falta de solidariedade e confiança política”. Confesso que nada disto é uma surpresa para mim, como a data rasurada do despacho acaba por provar, mas aguardo com alguma expectativa que sejam melhores explicadas as razões aventadas.
Apenas por uma vez votei de forma contrária ao Presidente da Câmara e, nessa votação, pese embora os avisos e a opinião que lhe havia expresso reiteradas vezes ao longo de dois meses, o Presidente levou a sua avante e acabou por votar contra a vontade da maioria. Vendo a CM a deliberar contrariamente ao que defendia, decidiu colocar a Câmara em Tribunal. Tribunal que acabou, há cerca de três semanas, por dar-me, e aos restantes 4 vereadores com quem partilhei a opinião, razão.
Irei reler a acta da Reunião de 14 de Outubro de 2015 para tentar descortinar mais algum motivo.
Irei continuar a exercer o mandato pelo qual fui eleito, e tentarei faze-lo com seriedade, verticalidade, honestidade, transparência e defendendo o interesse público do concelho e do meu país. Um país que quero mais justo, mais equalitário, menos centralista. Não acicatarei lutas com as quais não concordo nem manietarei vontades legitimas para proveito próprio. A defesa da minha terra e do meu concelho continuará a merecer a minha preferência.
Queria expressar aqui o meu profundo agradecimento aos funcionários da autarquia com que privei, quase todos manifestaram, ao longo destes anos, simpatia, confiança e competência, ultrapassando dificuldades inerentes as limitações que se verificam diariamente e ao busílis de ter de dar resposta pronta às solicitações de todos os cidadãos. Deram-me uma visão mais justa e real de como funciona a minha Câmara Municipal e das dores implícitas de lá trabalhar. Umas obrigatórias, outras talvez não.
Seria fácil, após ser publicamente acusado de não ser merecedor de confiança e de não manifestar solidariedade, embarcar, como outros no passado fizeram, numa luta de caracter pessoal. Mudar de campo político, chamar a comunicação social. Não o farei. Continuarei fiel, agora com maior liberdade, ao que julgo ser justo, colocando-me não do lado dos fortes, dos que reúnem as maiores probabilidades de vencer, ainda que isso me possa trazer dissabores (aos mais desatentos relembro que não estou a falar de futebol - mas até podia -_-). Na realidade foi isso que sempre fiz ao longo da vida e é isso que quero voltar, de forma mais veemente, a fazer.