Mau Ambiente

Corria o ano de 2013 e o actual presidente da CM de Nelas, com mais algumas pessoas
(nas quais infelizmente tenho de me incluir), prometia mundos e fundos e criticava o que julgávamos ser inadmissível no concelho em termos ambientais. 


Borges da Silva, que se tinha incompatibilizado com o executivo PSD do qual fez parte e anunciava que tal se devia ao carácter gastador e incompetente do mesmo (eu fui um dos ingénuos que acreditei nas patranhas deste “artista”), dizia que sabia do que falava. Pedras de toque das criticas eram a “dívida incomportável” e a “nomeação de pessoal político” que consumiam recursos. Falava em “corar e vergonha” quando se referia ao executivo PSD/CDS e atacava poluidores para os quais, sabe-se hoje, trabalhava enquanto advogado. Hipocrisia e demagogia supremas. Hoje a dívida é superior à que então criticava e o “pessoal político” é maior e mais caro do que então (se bem que tem a originalidade de, pelo menos um, ser, por portas travessas, o mesmo). 

As propostas em matéria ambiental e de gestão eram as seguintes: 
  1. Apostar na valorização sustentável das áreas naturais existentes no concelho, em particular elaborando e concretizando um projecto de intervenção e valorização na aldeia termal das Caldas da Felgueira; 
  2. Tratar das questões ambientais, em particular no acompanhamento da intervenção no passivo ambiental das Minas da Urgeiriça, na despoluição da Ribeira da Pantanha e do Rio Castelo. Têm que acabar os esgotos a céuaberto, a falta do regular funcionamento das ETAR’s e a falta de saneamento garantido a muitas populações.- Impõe-se também o apoio urgente à reflorestação do Concelho bem como a promoção de projectos agrícolas. 
  3. É preciso potenciar as virtualidades dos rios Mondego e Dão e dar-lhes a importância ambiental, termal e turística que verdadeiramente têm. Urge conciliar esforços a montante dos rios, em particular do Rio Mondego, junto das Câmaras de Mangualde, Fornos, Celorico e Gouveia para uma acção concertada de despoluição. Só assim faz sentido pensar em praias fluviais, parques de campismo ou caminhos pedestres, 
  4. Vamos promover uma cultura de educação ambiental, nomeadamente aproveitando e valorizando o espaço da Quinta da Cerca, local em que estão investidos nos últimos 15 anos mais de 3 milhões de euros sem a devida utilização e retorno das estruturas criadas. 

Passaram 6 anos e o que era inadmissível passou a ser tolerável. Criticava-se veementemente que em 8 anos nada tinha sido feito mas, passados mais 6, quase tudo está na mesma. As Caldas da Felgueira continuam uma sombra do que podiam ser. As “virtualidade dos rios Mondego e Dão” ficam apenas para a memória colectiva pois estes continuam a ser inundado de efluentes poluentes. Da promoção da cultura e educação ambiental e da valorização da Quinta da Cerca (e de outros espaços talvez mais importantes) zero e nem a contratação de um “especialista em educação” que chega a ser pago principescamente a 5 mil euros/mês parece fazer algo por esta educação. Quanto às ETARs apostou-se tudo num grande elefante branco que quando começar a funcionar (muito mais tarde do que foi prometido) irá servir essencialmente para nos aumentar os custos dos esgotos que pagamos na factura da água. Uma ETAR que não servirá os interesses do concelho mas, primeiro do que estes, de certo pagador de avenças do concelho. E a isto ainda podemos somar o grave problema dos Fornos Eléctricos que, ignorou e varreu para debaixo do tapete para, servir de mero “trunfo eleitoral” 

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